Docentes da Ufes aprovam indicativo de greve sanitária

A decisão será levada à reunião dos setores do Andes-SN (federal, estadual e municipal), que ocorre no sábado, 6 de fevereiro

O indicativo de Greve Sanitária foi aprovado em assembleia virtual da Adufes, realizada nessa quarta-feira (3), por 70% dos professores. Esse tipo de greve tem respaldo legal, sendo deflagrada quando os trabalhadores buscam segurança para desempenho de suas atividades sem que isso represente riscos à sua saúde e a de outras pessoas.

Pela proposta, caso haja pressão governamental para retomada das aulas presenciais, mesmo de forma híbrida (em esquema de revezamento), e sem vacinação contra a Covid-19, o movimento poderá ser deflagrado, conforme explicou a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, durante a plenária.

Ana participou da Live do Andes-SN “Carreatas pelo impeachment” realizada em 31 de janeiro e defendeu que aulas presenciais retornem somente após imunização geral. A professora lembrou durante a plenária da Adufes que a greve sanitária, caso venha ocorrer, será uma forma de se posicionar de forma contrária ao risco imposto à saúde das/os professoras/es, estudantes, e trabalhadoras/es técnico-administrativas/os.

Moção de Repúdio

Com algumas abstenções e nenhum voto contrário, também foi aprovada na plenária uma Moção de Repúdio contra a agressão sofrida pela presidenta da Adufes em um evento político na última segunda-feira (1). Na ocasião ela teve seu acesso ao carro de som barrado de forma truculenta por membro do Sindicato dos Profissionais da Educação Pública no Espírito Santo (Sindiupes). O Tesoureiro da Regional Leste, professor Ricardo Beher, criticou a violência da ação. “Não é a primeira vez que isso acontece por parte do sindicato (Sindiupes) que agrediu nossa presidenta. A Regional Leste vem dar total apoio a você, Ana, e espera que esse tipo de coisa não venha acontecer mais”, frisou.

A elaboração da nota de repúdio foi inserida na pauta a pedido da professora aposentada do Departamento de Psicologia, Ana Heckert. 

Ethel Maciel destaca importância da luta contra atividades presenciais e pela vacina

Para subsidiar e qualificar o debate sobre a segunda onda de contaminação da Covid-19, o surgimento de novas cepas do vírus e os riscos de volta às aulas presenciais com circulação de milhares de profissionais da educação, estudantes e seus familiares, a plenária contou com a participação especial da epidemiologista e professora do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Ufes, Ethel Maciel.

A professora fez um panorama da imunização no Estado, iniciada em janeiro, e que segue ainda com volume de doses insuficientes para atender à população. Questionada a respeito de reações provocadas pelas vacinas aplicadas, a epidemiologista disse desconhecer tais fatos. Segundo Ethel, as vacinas que estão sendo administradas no Brasil têm pouquíssimas reações, podendo apenas ocorrer dormência no braço, vermelhidão ou leve inchaço no local, por exemplo.

“É bom lembrar que não temos ainda nenhum medicamento, mas tem muita gente pesquisando”, destacou ela, ressaltando que o país precisa ‘quebrar‘ as patentes dos imunizantes para Covid-19 para poder avançar nas pesquisas.

Nova cepa com falta de distanciamento é tragédia anunciada.

Sobre a nova cepa, Ethel Maciel ressaltou que as mutações são comuns nesse tipo de vírus e que não há estudos concretos esclarecendo que a variante pode prejudicar a busca por uma vacina e tratamento. “Esse vírus é novo, não sabemos se ele vai mudar muito em pouco tempo, mas as mudanças ocorridas até agora não mudaram sua estrutura. O maior problema então é quando ele conseguir mudar substancialmente e nosso organismo passar a não reconhecê-lo”, disse, ressaltando a importância de todas/os respeitarem as fases de vacinação.

Ethel finalizou lembrando que as medidas de proteção diante da mutação do vírus continuam sendo a higienização e a máscara.  Como as novas variantes são muito mais transmissíveis, ela orienta que as pessoas usem máscara N 95 ou que recorram a duas máscaras no rosto.  “ O ideal seria usar a máscara cirúrgica por baixa e a de pano por cima, ou, quem não tiver a cirúrgica, duas de panos juntas”.

Papel relevante da Universidade.

Durante a plenária, a Adufes lançou a websérie “Adufes nos Centros – onde a Ufes é feita”. O primeiro vídeo apresenta o projeto, que começou pelo Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus de Maruípe.

A websérie de 10 capítulos abordará todos os Centros da Ufes, enfocando as atividades da universidade no ensino, na pesquisa e na extensão. O primeiro episódio traz Ethel Maciel e o professor Alexandre Cardoso da Cunha, do departamento de Terapia Ocupacional.

Unimed

A categoria também foi informada sobre a continuidade do reembolso de cobrança indevida da Unimedcobrança retroativa de suspensão dos reajustes de faixa etária e anual da Operadora, e sobre a Declaração de Informes do imposto de renda, que será enviada em breve para as/os sindicalizadas/os por email ou Correios.

 

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