Marcha em defesa do SUS marca o Dia Mundial de Saúde em Vitória

Aproximadamente 600 pessoas saíram às ruas da capital capixaba em defesa do Sistema Único de Saúde na manhã de ontem – 7 de abril, quinta-feira. 

Na data, manifestantes do campo e da cidade de vários movimentos sociais e sindicais marcharam da Pracinha de Jucutuquara e seguiram em direção à sede do Governo pelas Avenidas Vitória e Jerônimo Monteiro pedindo saúde pública, gratuita e de qualidade para todos. Uma carta com as reinvindicações do movimento em defesa do SUS foi protocolada no final do ato.  

POSENTADO SUSCom faixas e cartazes os movimentos apresentaram a população as principais críticas e demandas acerca da saúde pública. Uma das manifestantes foi a assistente social Pollyana Pazoline. Ela que também representa o Fórum Capixaba em Defesa da Saúde Pública do ES defende que a população conheça as ameaças à saúde pública, entre elas da terceirização e privatização do SUS.  

Polyana explica que a terceirização é, sem dúvida, uma das graves doenças que atingem o setor de saúde. “No Espírito Santo, mas não só aqui, a terceirização do na saúde pública se dá com a entrega de hospitais inteiros à administração das chamadas Organizações Sociais (OSs)”, aponta. São na prática fundações e associações de caráter privado que recebem verba do governo para administrar as unidades e o atendimento da maneira que quiser.  

Adoecimento dos trabalhadores. Paula Brasil, diretora do Sindicato dos Enfermeiros do ES, acrescenta ainda que “as Organizações Sociais (OSs) não agregam leitos, nem trazem equipamentos ou tecnologia. Ao contrário, recebem verba pública, usam a estrutura do SUS e só servem para gerenciar mão de obra”, critica. Segundo ela, a terceirização também acarreta na precarização das condições de trabalho e o adoecimento dos trabalhadores.  “Nesse contexto, o fato de adoecer está relacionado a causas como excesso de jornada de trabalho, quantidade inadequada de funcionários, condições precárias para a realização das atividades que envolvam risco de contágio, dentre outros aspectos”, cita Paula que destaca como um dos principais pontos de pauta da categoria a redução da jornada de trabalho.  

Greve dos servidores públicos de Vila Velha. Os servidores municipais de Vila Velha que desenvolvem atividades na assistência e nalUATA PELA SAUDE VILA VELHA saúde estão em greve há cerca de 20 dias. Durante a mancha em defesa do SUS eles também denunciaram as precárias condições do funcionalismo municipal. Os trabalhadores também protestaram contra a intransigência do prefeito Rodney Miranda (DEM) em negociar com as categorias.  

A greve em Vila Velha foi deflagrada pela Frente Sindical dos Servidores de Vila Velha, que congrega nove sindicatos que representam trabalhadores. A defasagem salarial é tão grande que alguns servidores chegam a receber menos de um salário mínimo.  

“Somente em 2015 foram seis negociações entre representantes dos nove sindicatos que compõem a Frente e a prefeitura, sem qualquer avanço. Na única reunião realizada em 2016, a prefeitura propôs um prêmio incentivo, que foi considerado um “cala-boca” pelos sindicatos, já que o servidor perderia direito ao benefício mesmo que apresentasse atestado médico”, disse uma trabalhadora de Vila Velha que não quis se identificar.  

Fora Valencius! Militantes do movimento antimanicomial, usuários, familiares e trabalhadores do SUS também saíram às ruas no Dia Mundial da Saúde. O grupo pede a renúncia do novo coordenador geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Valencius Wurch, empossado em dezembro de 2015. Segundo os militantes, ele representa um retrocesso na luta antimanicomial e na reforma psiquiátrica implantada no país a partir da Lei 10.216/2001, que instituiu os cuidados psicossociais aos pacientes e não mais o isolamento e a internação.  

mARCGA PELO SUSPauta. Entre as principais bandeiras nacionais em defesa do SUS está o acesso universal, público e gratuito às ações e serviços de saúde e a não mercantilização e a privatização do SUS. O movimento também defende Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária em Saúde e à Educação Popular em Saúde Pública; o acesso à saúde da população negra indígena, LGBT, das pessoas com deficiência e população em situação de rua; a atenção à saúde no envelhecimento; o apoio a Rede de Atenção Psicossocial, na perspectiva da Reforma Psiquiátrica e da luta antimanicomial; o foco à saúde da mulher, e a não-violência no parto; maior atenção à saúde do trabalhador e da trabalhadora da saúde; o financiamento do SUS com 10% da Receita Corrente Bruta da União, 12% das receitas dos Estados e 15% do Município, não à Lei 13.097/2015 que permite a entrada do capital estrangeiro na oferta de serviços à saúde.  

As pautas estaduais são: Contra a privatização e terceirização da saúde Pública no ES; contra a privatização dos Hospitais São Lucas e Infantil; contra o financiamento público da clínica Santa Izabel; pela ampliação da cobertura da Estratégia em Saúde da Família, a criação do Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II) e a valorização dos servidores da Saúde. 

Veja aqui as fotos do Dia Mundial em Defesa da Saúde Pública

Fonte: Adufes