Preparatória para o II ENE destaca a luta contra a privatização da educação pública


Debater um projeto classista e democrático de educação que se contraponha às políticas mercantis do governo e refletir sobre algumas singularidades da organização do sistema de ensino público brasileiro. Esses são os desafios apontados pelos participantes da plenária de abertura da preparatória Estadual do II Encontro Nacional de Educação (ENE). Realizado na noite dessa terça-feira, 17, no Campus de Goiabeiras/Ufes, o evento contou com a participação de cerca de 100 pessoas entre docentes de educação superior e básica, técnico-administrativos e estudantes.

Fizeram parte da mesa de abertura a professora Vânia Gracielle Lezan, integrante do GT de Política Educacional do ANDES-SN, o coordenador de Educação da Fasubra, Mário Guimarães Junior, a integrante da executiva Nacional do Movimento de Mulheres em Luta (MML), Marcela Azevedo e a estudante Sophia Rosa, do movimento RUA. O grupo debateu acerca de um projeto classista para a educação pública.

abertura Vnia-17 5 15Educação emancipadora. Convidada pela Adufes para fazer “Avaliação do I ENE e perspectivas para a II edição”, a professora Vânia Gracielle, fez uma análise acerca do desenvolvimento capitalista nas últimas décadas e as determinações para o sistema educacional no Brasil. “A Educação não pode ser baseada na meritocracia, na competição e no individualismo. Precisamos lutar por um ensino público e gratuito emancipador e solidário”, defendeu. Ela frisou ainda que esse modelo vai de encontro às políticas mercadológicas dos governos, que prioriza a privatização e precarização do trabalho e ensino. 

A segunda exposição foi feita por Marcela Azevedo, integrante da Executiva do Movimento Mulheres em Luta (MML), que destacou o protagonismo de estudantes                           secundaristas ante aos ataques da educação no país. “As manifestações do movimento estudantil em vários estados é exemplo de resistência e luta. Nessa vanguarda estamos vendo mulheres, negros, população LGBT apresentarem suas pautas para construção de um novo projeto de educação”, lembrou.

Privatização da Educação. O terceiro eixo “Formação do trabalhador técnico-administrativo, seu acesso e sua permanência nas Universidades” foi apresentado pelo coordenador de Educação da Fasubra, Mário Guimarães Júnior. Mário disse que o governo Lula manteve a política de expansão das faculdades privadas e implementou a Reforma Universitária nas instituições públicas de ensino.

“A regulamentação das Fundações Privadas MP 495/2010, a Lei de Inovação Tecnológica (prevê parceria público-privada), o PROUNI (prevê isenção de impostos às universidades particulares), o REUNI (expansão sem qualidade), o novo ENEM, ENADE e FIES foram estruturados no aumento da terceirização”, citou Mário como exemplos das políticas neoliberais do ensino.

Outro eixo “Acesso e permanência” destacou o direito à educação. Para a estudante da Ufes, Sophia Rosa, que compõe o movimento RUA, os princípios que asseguram igualdade de condições de acesso, permanência e garantia de qualidade chamam atenção para o debate que marcam as desigualdades na Educação. “Não é possível garantir equidade de oportunidades, de permanência e qualidade sem pensar em políticas efetivas que envolvem moradia estudantil, alimentação, transporte, cultura e saúde”, lembrou.

abertura Rocha  17 5 1Encerramento da 1ª fase do Pré-ENEA continuidade das discussões da etapa estadual preparatória para o Encontro Nacional de Educação (ENE) será retomada nesta quarta-feira, às 15 horas, com atividades de três grupos temáticos. A plenária final dos trabalhos ocorrerá às 18h30. As atividades, abertas ao público, continuam no auditório do DDP/PROGEP(antigo NTS), próximo à quadra do Centro de Educação Infantil Criarte, na Ufes.

Fonte : Adufes