Professores da Ufes estavam na Marcha #Ocupa Brasília junto com estudantes que foram em caravana fortalecer a mobilização. Veja aqui fotos da Marcha e do massacre contra milhares de manifestantes. O sindicato deve divulgar nesta quinta-feira, 01, um vídeo da atividade, inclusive com depoimentos da diretoria da Adufes no local.
Uma praça de guerra. Assim foi definido a triste e lamentável cena ocorrida nessa terça-feira (28), na capital federal, quando o governo Michel respondeu de forma truculenta os milhares de trabalhadores/as que estavam em Brasília, dia de votação do primeiro turno da PEC 55, conhecida como a PEC do fim do mundo. “Fomos recebidos sob forte repressão policial e a manifestação terminou com muitos feridos e detidos”, relata o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto.
Rocha estava no ato junto com o diretor Leonardo Dutra e das professoras Cenira Andrade e Silvia Neves, integrantes do Comando Unificado de Greve da Ufes, quando tudo começou. “O 
movimento seguia pacífico para o Congresso Nacional e ao chegarmos lá fomos recebidos com truculência. A ação policial objetivou silenciar todos nós, trabalhadores, que estávamos ali nos manifestando contra a retirada de direitos”, frisa Rocha, informando que os trabalhadores e estudantes continuarão na luta contra a PEC.
O diretor Leonardo Dutra diz que não consegue esquecer a cena de horror a que ele e outros trabalhadores foram vítimas ontem. “É uma injustiça o que esse governo golpista fez. Recebeu a todos nós, trabalhadores/as, de forma covarde e arbitrária. É mais uma prova que Temer não tem capacidade de ouvir a voz da população”, destaca Leonardo.
Aprovação. Com as galerias vazias, os senadores votaram favoravelmente à PEC 55 (antiga PEC 241). O texto-base foi aprovado às 22h40 por maioria ampla: 61 votos favoráveis à PEC e 14 contrários. Não houve abstenções. As emendas que propunham a exclusão das despesas da saúde e educação no novo regime fiscal e a realização de um referendo popular, para consulta à população sobre a medida, também foram rejeitadas.
“É lamentável. Enquanto senadores debatiam proposta que propõe congelamento de investimentos públicos por 20 anos, nosso protesto contrário à PEC era recebido com bombas, balas de borracha e spray de pimenta pela Tropa de Choque da PM do Distrito Federal”, diz a professora Cenira Andrade de Oliveira, destacando que muitos estudantes (inclusive menores) e trabalhadores ficaram feridos, enquanto outros foram presos.
Segundo relatos, muitas das bombas foram jogadas aleatoriamente, inclusive do alto dos helicópteros, gerando um verdadeiro estado de pânico. O Parlamento, por sua vez, fechou as 
portas para a sociedade. “Temos aí um Congresso que legisla contra a democracia, contra o Estado Democrático de Direito e que quer acabar com direitos fundamentais e de luta da classe trabalhadora”, avalia a professora Silvia Neves, integrante da comitiva da Adufes.
Convocatória. Ainda que o cenário seja de difícil reversão, as mobilizações contrárias à PEC continuam firmes. Da mesma forma, destaca o presidente da Adufes, todas as lutas empreendidas contra o governo federal, como a Medida Provisória 746/2016 de reformulação do Ensino Médio e os projetos de lei nomeados de “Escola sem Partido”, que estabelecem controle sobre os conteúdos ministrados em sala de aula.
Fotos: Sérgio Cardoso
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Fonte: Adufes