Protesto na Ufes: “Sopa não é janta, queremos frango frito”

A partir de segunda-feira (24), o RU não servirá mais suco e o jantar será substituído por prato único (sopa ou caldo). O salão menor, conhecido como “RUzinho”, será fechado. Medida, segundo a reitoria, foi tomada devido à crise financeira.

Com gritos de guerra, batendo latas e panelas, estudantes de vários cursos têm chamado a atenção dos frequentadores do Restaurante Universitário (RU) do campus de Goiabeiras, em Vitória.  A partir da próxima segunda-feira (24), quando o RU abre sob nova sistemática de atendimento, os protestos prometem ser ainda maiores.

 “Vamos continuar com esses atos, até que a reitoria converse com os estudantes e exponha a real situação financeira da universidade. Queremos que Reinaldo Centoducatte saia de cima do muro e se mobilize junto com a comunidade acadêmica contra tudo isso”, defende o estudante Matheus Rosetti, do curso de Serviço Social da Ufes.  

As alterações no cardápio não são de agora. No segundo semestre do ano passado, o suco também chegou a ser cortado e o feijão nem sempre servido. Em março, foi a vez de reduzir as opções de saladas e de carne. A sobremesa também foi retirada do cardápio e extinto o serviço de guarda-volumes. Os cortes levaram também 30 terceirizados para o olho da rua.

“É um momento muito delicado que estamos vivendo. O maior culpado de tudo isso é o governo federal, mas a reitoria tem a sua parcela de responsabilidade pois precisa ampliar o diálogo com a comunidade acadêmica”, diz o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto.

Fechamento do RU.  No ato desta quinta-feira (20), era evidente a insatisfação com as novas medidas que passarão a valer a partir da próxima semana. O fechamento do “RUzinho” (outra dependência do RU), por exemplo, pode provocar filas e superlotar a unidade central. “Tem dias que já está tudo lotado, sem contar com filas quilométricas”, diz a estudante de Arquitetura, Thaiane Mendes. 

Além disso, quem faz refeição à noite vai sentir falta do arroz e do feijão.  “A maioria das pessoas que estuda à noite, trabalha o dia todo e não tem como ir para casa e jantar. Só sopa é pouco, não sustenta”, diz o estudante de Física, Alison Carlos.  

Reajuste no preço. Com tanta insatisfação, inclusive quanto ao possível reajuste do valor da refeição, não faltou no protesto desta quinta-feira incentivo de “roletaço” no RU. “Eu pulo, eu pulo a roleta sim” ou “sopa não é janta, nós queremos frango frito”. A universidade informou que em junho, uma comissão do Conselho Universitário apresentou um relatório com seis propostas de aumento para o valor cobrado dos estudantes pela refeição no Restaurante Universitário.

Dentro das propostas apresentadas, o valor da refeição pode ir de R$ 1,50 para R$ 2,00 (valor mínimo sugerido) ou até R$ 4,50 (valor máximo sugerido). Este relatório, segundo a Ufes, está sendo analisado pela Reitoria, que irá encaminhá-lo para aprovação no Conselho Universitário. A expectativa é que o novo valor seja definido até agosto. 

Fonte: Adufes