ANDES-SN debate educação e ciência e tecnologia públicas durante o FSM 2018

O ANDES-SN realizou um debate sobre educação, ciência e tecnologia durante o Fórum Social Mundial, ocorrido em Salvador na Universidade Federal da Bahia (Ufba). O espaço trouxe reflexões sobre a necessidade de avançar em uma perspectiva anticapitalista.

A mesa de sexta-feira (16) teve como expositores Mary Falcão, da coordenação do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) do ANDES-SN, Carlos Alberto Gonçalves, da coordenadação do Grupo de Trabalho de Ciência e Tecnologia (GTC&T) do sindicato e o professor Renato Dagnino, da Unicamp. As explanações se debruçaram sobre uma análise dos retrocessos e como a compreensão disso é necessária para a construção de um projeto alternativo de educação, ciência e tecnologia públicas.

Conhecimento sem cortes e privatização
Mais do que denunciar os cortes na educação pública, as falas demarcaram a ameaça da privatização e as suas consequências. Carlos Alberto expôs a sucessiva política de desmonte da ciência e tecnologia pública nos últimos anos através de leis e ementas. A abertura das universidades e dos recursos públicos para as empresas privadas foi uma das problemáticas apontadas. O professor denunciou a privatização que se dá por dentro dos institutos e universidades públicas, legitimada pelo Marco de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/2016), aprovado ainda no governo Dilma Rousseff (PT).

Confira a cartilha do ANDES-SN sobre “Marco Legal de C&TI – Riscos e consequências para as universidades e para a produção científicas no Brasil

Mary Falcão criticou as consequências da privatização no caráter gratuito, público, democrático, laico e socialmente referenciado da educação. “Destinar recursos públicos para o setor produtivo não solucionará os problemas no Brasil. Nós do ANDES-SN fazemos a defesa intransigente de um projeto de educação classista, libertador e crítico. Queremos uma educação sem cortes e privatização”, frisou Falcão. Além disso, foram defendidas as bandeiras dos 10% do PIB para a educação pública e a luta por condições de trabalho dignas para os docentes.

Complementando o debate, Renato Dagnino analisou o cenário político brasileiro e os impactos na ciência e tecnologia. O professor alertou sobre o que está ocorrendo nas universidades públicas brasileiras após o golpe e a necessidade de organização da resistência. Renato mostrou como o governo federal fomenta um projeto de educação sem pesquisa e acrítica. “É preciso parar de diferenciar ciência e tecnologia. A separação dessas duas coisas fomenta uma falsa ideia de neutralidade, trata-se de uma manipulação ideológica”, explicou.

Tenda da Unidade

Participaram da discussão diversos setores do movimento docente, sindical e estudantil. As atividades do ANDES durante o Fórum Social Mundial aconteceram na Tenda da Unidade. A tenda foi uma iniciativa unitária de diversas entidades e sindicatos. Entre estes o ANDES-SN, CSP-Conlutas, Auditoria Cidadã da Dívida, ASSIBGE Sindicato Nacional, SINASEFE – Sindicato Nacional e o SINDJUFE-BA.

As seções sindicais do ANDES-SN na Bahia (Adufs, Adusb, Aduneb e Adusc) participaram do espaço e o avaliaram positivamente. Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, pontuou que “a unidade refletida na tenda e a atividade foi muito importante para fortalecer a resistência. É preciso avançar cada vez mais em um projeto de educação anticapitalista nacional e localmente”.

*Com imagens do Fórum das ADs

Fonte: Fórum da ADs