PM nos campi da Ufes põe em xeque a autonomia universitária

Viaturas, PMs fardados e com armados de fogo passarão a fazer parte da rotina da comunidade acadêmica nos próximos meses.

Pelos termos do convênio – já assinado -, a Ufes arcará com os custos dos salários e equipamentos dos policiais. O valor anual do serviço é superior a R$ 4 milhões. O prefeito universitário, Renato Carlos Schwab, e o gerente de segurança e logística, Anival Luiz dos Santos, em entrevista coletiva à imprensa, na tarde dessa quinta-feira (28), apresentaram o acordo firmado entre a universidade e a Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp). Trata-se da contratação de 120 policiais militares da reserva (aposentados) que farão patrulhamento diário, substituindo inclusive a segurança terceirizada.

Há anos, a comunidade acadêmica vem solicitando a realização de debates e audiências para discutir um modelo de segurança para a Ufes. “Um pequeno grupo (comissão) não é capaz de representar os anseios da comunidade. Essa é uma temática que precisa ser discutida de forma ampla. Acima de tudo, que não prevaleça um olhar criminal, que supervaloriza o aparato policial”, disse o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto.

Para Rocha, a Ufes é um espaço de resistência, debates e pluralidades. Conviver com a PM no campus, fazendo abordagens e revistas coloca em risco a autonomia universitária, que é uma conquista histórica. “Sabemos do despreparo da PM em lidar com o ambiente acadêmico e do seu histórico de forte repressão aos movimentos sociais e sindicais. É preciso debater segurança sob olhar universitário, pensando em ações que pautem a autonomia”, afirmou.

Veja nota de repúdio da Adufes

Fonte: Adufes