“Não dá para aceitar nada do Future-se”, diz secretária-geral do ANDES-SN em debate na Adufes


A atividade Future-se, a privatização da universidade pública ocorreu na tarde dessa quarta(14), em Vitória. A gravação do evento estará disponível na página da Adufes no YouTube a partir desta sexta-feira. Todos/as sindicalizados/as receberão o link pelo boletim (via email), site e redes sociais do Sindicato e poderão, assim,  assistir (ou rever) o debate  que foi altamente esclarecedor.

Uma atenta plateia formada por estudantes, mas principalmente por docentes, participou do debate com a professora Eblin Farage (UFF) que deixou claro a preocupação com o programa Future-se, do governo federal, que pretende alterar 17 leis atualmente em vigor. A lista inclui a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Plano de Carreiras e Cargos do Magistério Federal e as regras de deduções do imposto de renda, por exemplo. 

De forma enfática, a dirigente do Sindicato Nacional lembrou que “não há o que mexer ou o tornar menos pior nesse projeto”, pontuou ressaltando, com isso, que não se trata de suprimir um ou outro artigo do texto, mas de rejeitar todo o projeto, bem como todos os ataques do governo Jair Bolsonaro à educação pública. Para Eblin Farage, o Future-se e outras medidas do governo visam a privatização do ensino, a formação do pensamento único e a exclusão dos negros/as, quilombolas, índios e pobres da universidade.

“Mais do nunca acreditamos ser possível outro projeto de educação, porque esse que existe nos leva ao passado, a uma perspectiva de recolonização”.  Por cerca de duas horas, Eblin fez um detalhamento da base do Future-se e a reestruturação prevista nas universidades públicas brasileiras que poderão ser geridas por Organizações Sociais (OSs). Na nova forma de gestão de pessoal, a grande preocupação é com a contratação sem concurso de técnicos e docentes e, ainda, com a produção do conhecimento pautada nos interesses da iniciativa privada e dependente das parcerias público-privadas.

“A ideia do/a professor/a empreendedor é/a absolutamente perversa. Há tempos, a carreira docente vem sofrendo uma profunda desvalorização causada pelo produtivismo, intensificação do trabalho e precarização, o que tem promovido o aumento do adoecimento da categoria”, disse, informando que o Future-se  incentivará o individualismo e a competição  por recursos e agências de fomento.

O presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, lembrou também que o programa do governo federal está longe de ser um sério e responsável. “É urgente e necessário potencializar a mobilização em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade”. De acordo com Rocha, o sindicato está preparando uma série de atividades para discutir as consequências do Future-se para a Ufes, bem como os cortes e outras medidas de contenção de gastos que estão sendo adotadas pela reitoria à revelia da comunidade universitária. Os debates irão ocorrer nos campi da Grande Vitória e interior (Alegre e São Mateus).

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Fonte: Adufes