Comitê em Defesa da Ufes convoca para debate Future-se e cortes na universidade

O evento será na próxima terça-feira, 20, às 9 horas, no Teatro Universitário, campus de Goiabeiras. O debate é aberto ao público

Com o objetivo de esclarecer e discutir com a comunidade acadêmica o projeto “Future-se”, que visa reformular o modelo de gestão das universidades públicas federais, o Comitê em Defesa da Ufes – formado  por representantes dos Sindicatos dos Docentes (Adufes), dos Técnico-Administrativos (Sintufes), Diretório Central dos Estudantes (DCE)  e gestão da universidade – realiza o debate Os impactos do corte orçamentário e do programa “Future-se” na Ufes.

A atividade terá a participação do reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Carlos Salles, e do servidor técnico-administrativo em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Gibran Ramos Jordão, além de representantes dos professores, servidores e estudantes da Ufes.

Cortes x ajustes.  No último dia 9, a administração da Ufes emitiu comunicado interno informando sobre uma série de medidas, que já estão em vigor, visando ajustar as despesas de custeio da universidade ao orçamento disponível até o final de 2019.  O valor bloqueado da universidade foi de 27 milhões, o correspondente a 38% do orçamento previsto.

Entre as contenções de despesas elencadas pela universidade neste semestre letivo estão a suspensão das ajudas de custo para eventos, corte de 50% nas despesas de manutenção de equipamentos, de material de consumo e de manutenção de área verde; alteração na frequência da limpeza de banheiros da área administrativa, de salas de aula, de salas administrativas e de professores, além dos corredores dos prédios; suspensão do uso de aparelhos de ar-condicionado, exceto nos espaços que não possuem ventilação natural (janela), espaços cuja cobertura não seja de laje e nos laboratórios com equipamentos sensíveis a altas temperaturas. Também serão realizados apenas reparos emergenciais que possam causar aumento de custos ou riscos para a comunidade universitária.

“A Adufes é contra todas essas medidas que precarizam as condições de trabalho e ensino. Trata-se de um processo integrado de sucateamento e privatização da educação  pública como um todo e que só pode ser  revertido com uma política unitária de discussão com a comunidade e mobilização de todos os setores da sociedade”, afirma  o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto. Ele alerta para a gravidade do projeto Future-se que mercantiliza a educação pública e tira a autonomia universitária.  “Temos que discutir com profundidade todas essas medidas e tomarmos posições que, de fato, defendam a nossa instituição”.

Debate Future-se. De acordo com a universidade, durante o debate serão apresentados ” os impactos na Ufes do bloqueio orçamentário realizado pelo Ministério da Educação (MEC) e um panorama sobre o Future-se, iniciativa proposta pelo MEC para aumentar a autonomia administrativa das universidades federais e estimular as instituições a captarem recursos próprios que possam contribuir para a sua manutenção”.

Fonte: Adufes