Polícia Civil procura foragido da justiça dentro do campus de Goiabeiras

Informações de que um fugitivo da Justiça estaria trabalhando como pedreiro no campus de Goiabeiras, em Vitória, levaram policiais do Grupo de Operações Táticas (GOT) da Polícia Civil a entrar na universidade e percorrer todas as obras em construção, como é o caso do edifício (módulo 1) da pós-graduação do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN).

Com mandado de prisão nas mãos, os policiais entraram no campus, na manhã da última quarta-feira,06,  em uma viatura caracterizada do GOT e vasculharam tudo. Irritados com o fato de estarem sendo fotografados, os policiais se negaram a dar o nome do fugitivo e muito menos o tipo de crime cometido pelo condenado. Informaram, no entanto, que obtiveram a informação de que o fugitivo estaria trabalhando na Ufes por um “parente” do mesmo.

Admitindo que a ação dos policiais foi “errada”, o diretor do Departamento de Segurança e Logística da prefeitura universitária, Anival Luiz dos Santos, disse desconhecer qualquer autorização dada pela universidade para a realização de tal ação policial dentro do campus. “Isso é inconcebível. Pelo que eu sei, a universidade não foi consultada a respeito de tal ação policial. Estou, inclusive, preparando ofício à Polícia Civil alertando sobre o fato”, afirmou o diretor.

Questionado sobre a suspeita de que um fugitivo pudesse estar trabalhando no campus, Anival dos Santos afirmou que a construtora responsável pela obra que está sendo realizada no CCJE tem um convênio com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) para contratação de apenados.  “São vários apenados trabalhando para esta empresa e não para a universidade. Já pedimos explicações à empresa, pois a universidade não sabia disso. A Ufes já teve convênio com a Sejus, mas por problemas de repasse de dinheiro da área federal para a estadual, esse contrato foi suspenso”, disse.

Para o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, é lamentável a forma como a polícia, mais uma vez, entrou no espaço universitário. “Se a universidade sabia da ação policial e não informou ao chefe de segurança cometeu um grave erro”, ressalta Rocha. E ele ainda acrescenta: “se a polícia adentrou no espaço sem autorização da reitoria, isso só mostra o quanto a autonomia universitária vem sendo atingida, a exemplo de outros episódios recentes”, concluiu.

Fonte: Adufes