Servidores paralisam as atividades no Hucam nesta quinta-feira, 09

Reivindicação é por melhores condições de trabalho. Em assembleia, trabalhadores relataram a presença de baratas e ratos no CTI
 
Os servidores técnico-administrativos em Educação do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam / Hospital das Clínicas) vão paralisar as atividades na unidade, a partir da zero hora desta quinta-feira (09), em Maruípe, Vitória. Eles reivindicam melhores condições de trabalho. 
 
A paralisação será de 24 horas. Os trabalhadores farão piquete a partir das 06 horas da manhã (dia 09), onde distribuirão panfletos para explicar à população os motivos do ato. 
 

A decisão foi tomada em assembleia da categoria, realizada na seção sindical do Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes), no dia 07, também no campus de Maruípe. 

 
Como fica o funcionamento do hospital? 
A paralisação vai afetar todos os setores do hospital que contam com trabalhadores técnico-administrativos. Por isso, setores de marcação de consultas e consultas ambulatoriais de clínica geral, pediatria geral, ginecologia entre outros procedimentos não serão realizadas normalmente. A categoria deve manter nesses setores um efetivo mínimo de 30% dos trabalhadores. 
 
Apenas serviços de internação e cirurgia, além das consultas de programas especiais não serão afetados pela paralisação.
 
No Hucam existem cerca de 600 servidores técnico-administrativos em educação, que são da base do Sintufes. Além deles, há terceirizados, servidores estaduais e municipais cedidos, professores/médicos, entre outros. 
 
(Sem) condições de trabalho: baratas e ratos no CTI
A paralisação será para alertar a população sobre a falta de condições de trabalho no Hucam. Na assembleia, convocada pelo Sintufes, no dia 07, os trabalhadores relataram a presença de ratos e baratas no Centro de Terapia Intensiva (CTI), sobretudo no período noturno por falta de dedetização.   
 
Também disseram que materiais descartáveis são lavados e reutilizados. Um dos relatos informou que uma seringa foi usada mais de uma vez num mesmo paciente. Informaram ainda que equipos (mangueira que leva soro e medicação à veia do paciente) estavam sendo utilizados por sete, dez dias, quando deveriam ser usados, no máximo, por 72 horas. 
 
Cupins em armário, mofo e obras que duram muito tempo também são outros pontos relatados que evidenciam as precárias condições de trabalho no hospital. 
 
Nesta quarta-feira, 08, a direção do Sintufes se reuniu com o setor jurídico da entidade a fim de formalizar ofícios para notificar o Conselho Regional de Medicina (CRM), o Conselho Regional de Enfermagem (Corem), a Delegacia Regional do Trabalho e a Vigilância Sanitária, o mais rápido possível, sobre a situação dos profissionais e das condições de trabalho no Hucam. 
 
Faixas e cartazes arrancados
De acordo com a direção do Sintufes, faixas colocadas no campus de Maruípe, convocando os servidores para a assembleia (do dia 07) foram todas retiradas dias antes da reunião.

Além disso, cartazes informando sobre a luta política da categoria por melhores condições de trabalho no hospital também foram tirados na noite do dia 08 e nesta quarta-feira, 09, pela manhã.

E isso nunca havia acontecido antes, quando o Hucam era administrado exclusivamente pela Ufes. Cabe informar que o Sintufes sempre teve posição contrária à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que faz a gestão do Hucam desde abril de 2013. O que, para o sindicato, não justifica a retirada de faixas e cartaz, por ordem da diretoria da Empresa.

Fonte: Sintufes