Assembleia debate indicativo de greve com data para junho

Nesta sexta-feira, 06/06, às 10 horas, os professores da Ufes têm uma assembleia decisiva: a categoria vai  debater e deliberar sobre o indicativo de greve nacional para junho. A plenária será na sede da Adufes, no campus de Goiabeiras/Ufes, em Vitória.

Esta primeira semana de junho promete ser de intensa mobilização nas universidades federais do país. Em reunião nos dias 24 e 25/05, em Brasília, o setor dos docentes das Instituições de Ensino indicou este mês para a retomada da greve, interrompida em 2012. Para isso, haverá uma rodada de assembleias nos estados para discutir o engajamento da categoria no movimento paredista nacional.

A decisão final sobre o início da paralisação deve sair em 7 de junho, quando representantes das secções sindicais do Andes voltam a se reunir, em Brasília. “Somente após avaliar os resultados da rodada nacional de assembleias é que os representantes das Ifes do Andes-SN poderão aprovar ou não a greve por tempo indeterminado para este mês de junho”, ressalta o presidente da Adufes, Edson Cardoso. Ele explica ainda que, após o resultado da reunião do dia 07/06, será marcada nova assembleia na Adufes para avaliação geral.

Diversas ações de mobilização deverão acontecer para a preparação do início da greve, caso as assembleias ratifiquem a decisão de deflagrar o movimento paredista. Seguindo a orientação nacional, a Adufes convoca a categoria para a plenária geral no dia 06/06 que terá como discussão a deflagração do movimento grevista e outras estratégias de mobilização frente à enrolação do governo federal e às péssimas condições de trabalho e ensino.

“A tática do governo tem sido a de empurrar com a barriga a negociação”, critica o diretor da Adufes, Raphael Goés Furtado, que participou da última reunião do setor das Ifes. Alegando motivo de viagem, lembra Raphael, o secretário de Educação Superior (Sesu) Paulo Speller cancelou a reunião de negociação do último 21/05 e que daria continuidade às discussões sobre a reestruturação da carreira e outras reivindicações.

“O Andes agendou a reunião com um mês de antecedência, no entanto o governo simplesmente nos ignorou. No dia seguinte, o governo se reuniu com a Proifes, uma federação governista que não representa a categoria, para discutir a carreira docente”, critica. Raphael lembra que, durante a greve de 2012, a federação pelega assinou um “acordo” que desestruturou ainda mais a carreira docente.

Greve de 2012. Em 2012, uma greve histórica dos professores tomou o país, com duração de mais de 100 dias e adesão de 58 das 59 universidades federais. Na época, o governo encerrou as negociações apresentando um Projeto de Lei problemático, que intensificou as distorções na carreira. A greve foi suspensa por tempo indeterminado, mas poderá voltar mais forte agora em 2014.


Fonte: Adufes