Protesto na reitoria da Ufes questionou corte de verbas na Educação

O ato público, ocorrido nessa quinta-feira, 26, Dia Nacional em Defesa da Educação Pública, foi marcado por críticas ao governo Dilma. Logo cedo foi servido “Café com Banana” e, no almoço, o prato “Angu com caroço”, em referências ao descaso com a Educação e o ‘angu’ que se tornou o atual governo. 

A comunidade acadêmica criticou o recente corte de 30% do orçamento do Ministério da Educação (MEC), equivalente a R$ 7 bilhões (do total de R$ 22,7 bilhões/ano para todos os ministérios) que já está causando prejuízos no funcionamento administrativo e acadêmico das instituições públicas de ensino. Na avaliação do diretor da Adufes, Rafael Vieira, o que o governo chama hoje de ‘pátria educadora’ só serve para mostrar a incoerência entre o que é dito e praticado pelo executivo.

 “Nem a Educação, eleita como ‘prioridade’ nesse segundo mandato escapou do corte de gastos do governo. A Educação foi o ministério que mais perdeu, bem como o da Ciência e Tecnologia, portanto este ano será de arrocho salarial e de ataque à Educação Pública”, ressaltou Rafael durante o debate público ocorrido pela manhã no hall do prédio da reitoria.

Lógica perversa da dívida pública. Outro que manifestou insatisfação com a política do atual governo foi o economista e seminarista Vitor César Noronha que fez uma exposição sobre a atual conjuntura econômica nacional e internacional. “No Brasil tudo se guia pela necessidade de pagar juros e serviços da dívida pública. A tônica é cortar direitos dos trabalhadores, com golpe na previdência e promessa de congelamento de salários do funcionalismo público federal”, disse.

A dívida pública, de acordo com Vitor, consumiu 45% do orçamento federal, enquanto os gastos da União com Saúde e Educação, por exemplo, foram de 3,98% e 3,73%, respectivamente. “E a meta do governo é continuar reduzindo o montante da folha de pagamento do funcionalismo em relação ao Produto Interno Bruto – PIB, estimado em 4,3%”, lembrou o economista. 

Cara de pau do reitor.  “Os cortes de verba promovidos pelo governo federal na Educação já estão sendo sentido na Ufes. No entanto, o reitor Reinaldo Centoducatte tem a cara de pau de ir para a imprensa dizer que está tudo bem, como se a universidade fosse uma ilha das maravilhas”, criticou Wellington Pereira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes). 

Durante o ato foram muitos os relatos de recusa por parte da universidade em financiar viagens e diárias para participação em congressos, compra de materiais, concessão de bolsas e assistência estudantil, bem como em atrasar os salários de trabalhadores terceirizados. “Está difícil conseguir qualquer tipo de apoio financeiro. Os serviços de limpeza e manutenção de equipamentos também já estão prejudicados”, contou o diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Vinicius Fernandes.

Os professores, segundo o diretor da Adufes, também estão indignados com a falta de transparência da administração central. “Estão restringindo recursos para varias atividades acadêmicas essenciais, como bancas, congressos, etc”, frisou o professor Rafael Vieira. No final da vigília, a comunidade acadêmica entregou carta na reitoria criticando a falta de transparêncianas contas da universidade

Fonte : Adufes

 

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