Assim como todos os setores da Educação Brasileira, a Adufes, Seção Sindical do Andes-Sindicato Nacional está em luto desde o dia de ontem, 29 de abril de 2015. Mais de 20 mil trabalhadores da educação e servidores públicos do estado do Paraná manifestavam democraticamente contra um assalto à sua previdência social quando foram reprimidos duramente por um aparato policial de mais de 1500 policiais fortemente armado. A força desproporcional da polícia militarizada se expressou mais uma vez contra trabalhadores e trabalhadoras de bem que lutavam por seus direitos.
A ação violenta delegada pelo governador Beto Richa (PSDB) extrapolou qualquer concepção democrática e fez o país assistir cenas idênticas à repressão do regime empresarial-militar instaurado em 1964. As tradicionais bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral (que foram jogadas por mais de uma hora e meia sobre manifestantes) foram potencializadas por caminhões com canhões de água, tropa de choque, atiradores de elite posicionados com munição de borracha, cães com habilidades letais e o destacamento de policiais do interior. Todo um aparato para reprimir professores e servidores desarmados e reivindicando a manutenção de seus direitos. O resultado não poderia ser outro senão o absurdo registrado pela prefeitura municipal de Curitiba: 213 feridos/as entre professores/as, servidores/as e profissionais da área de comunicação que cobriam o trágico evento e registravam atrocidades por parte do braço armado do Estado contra seus cidadãos. Não obstante, tamanha foi a barbaridade do ato que 17 policiais foram presos por não concordar com o cerco realizado aos servidores. E esse é um dado relevante que mostra o autoritarismo e a violência contra cidadãos, pois raramente se vê na hierarquia militar atitudes como esta. Bravos/as 17 policiais em defesa de seu povo!
Mais que os relatos, as imagens apresentam um verdadeiro cenário de guerra. E por que tanta violência? O Governador Beto Richa, aliado a 31 deputados estaduais, aprovaram ontem uma lei que permite ao Estado utilizar 8 bilhões do fundo previdenciário dos servidores estaduais para pagamento de dívidas e outras despesas do governo. Um verdadeiro assalto ao trabalhador e ao regime de solidariedade construído por trabalhadores/as visando resguardar sua previdência. Além do capital desfrutar das melhores condições para explorar trabalhadores/as e extrair superlucros, agora também requisita do Estado o assalto às caixas de aposentadoria sustentadas solidariamente.
A sociedade brasileira não pode tolerar ações de terrorismo estatal como a que se viu ontem. É preciso dar um basta nessa tática hegemônica que combina austeridade e repressão sobre os trabalhadores para garantir ganhos ao capital em suas crises. Não podemos nos resignar. Devemos acenar aos ditadores de plantão que, quanto mais violência, mais o povo vai às ruas. Solidariedade ao povo paranaense violentado ontem nas ruas de Curitiba! Solidariedade aos/às professores/as em greve em mais de 10 estados brasileiros! Solidariedade aos/às policiais que corajosamente se opuseram ao ato terrorista do Governador Beto Richa! Estaremos nas ruas, em luta, pela livre manifestação, por direitos de trabalhadores/as e servidores/as, por serviços públicos gratuitos e de qualidade, contra toda forma de violência policial militar!
FORA BETO RICHA!
Vitória-ES, 30 de abril de 2015.
Diretoria e Conselho de Representantes da ADUFES-SS
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