Unidades da UFRJ fecham as portas por falta de pagamento a terceirizados

A crise da terceirização da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) — que já provocou o adiamento do semestre do período letivo — se agravou nos últimos dias. Por conta da situação de total abandono, docentes, técnicos e estudantes decidiram pela paralisação das atividades, na segunda-feira (11) nos cursos da Faculdade Nacional de Direito (FND), da Escola de Comunicação (ECo) e no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCS) da UFRJ, devido à falta de funcionários terceirizados das áreas de limpeza, segurança e portaria, que estão em greve por conta dos salários atrasados. O Colégio de Aplicação (CAp) também suspenderá suas atividades, a partir do dia 13, com exceção das aulas para os alunos do 3º ano do ensino médio.

Na FND, estão suspensas todas as atividades administrativas e de ensino, pesquisa e extensão, de graduação e de pós-graduação, segundo a direção, até que a situação seja regularizada. Na ECo, a direção explicou que por falta desses serviços essenciais, como  limpeza, portaria e vigilância, a comunidade acadêmica optou pelo cancelamento das atividades. Na semana passada ocorreram três furtos no local, verificados nas câmeras de segurança interna. A unidade deve permanecer fechada até sexta-feira (15), caso os terceirizados não tenham os salários regularizados. Na próxima segunda-feira (18), uma nova reunião da Eco reavaliará a situação. Já a diretoria do CAp divulgou uma nota em que diz não poder compactuar com a violação de direitos trabalhistas, nem conviver com a sujeira, insalubridade e insegurança. Por conta da situação exposta, o colégio decidiu pela interrupção das atividades.

Em nota de esclarecimento, divulgada no site da UFRJ, o reitor Carlos Levi diz enfrentar, desde o início de 2015, dificuldades para honrar compromissos financeiros em virtude de o governo federal ainda repassar parcelas mensais inferiores ao proposto para o ano. “Apesar de a Lei do Orçamento da União ter sido aprovada no Congresso Nacional, espera-se até o dia 20 de maio pelo necessário decreto presidencial para que o orçamento seja efetivamente implementado”, diz um trecho da nota. A reitoria informou também que, na segunda, ocorreu a liberação de novos recursos pelo Ministério da Educação (MEC) para negociar a volta da normalidade na prestação dos serviços de limpeza, segurança e manutenção da instituição.

Terceirizados da Uerj também em greve. Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a situação é precária e de insalubridade. O recolhimento de lixo está suspenso há pelo menos duas semanas, por causa da greve dos funcionários terceirizados da limpeza e da manutenção, que estão há mais de dois meses sem receber os seus salários. O acúmulo de lixo pode ser notado nos banheiros, nas salas de aula e até nos corredores do Campus Maracanã, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

*Com informações da Adufrj SSind, Jornal do Brasil e O Globo. Imagem de UFRJ. 

Fonte: ANDES-SN