Professores da Ufes aprovam indicativo de greve sem data

A decisão foi tomada por ampla maioria em assembleia no campus de Goiabeiras/Vitória, realizada na tarde de ontem, quinta-feira.

Os/as professores/as da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) decidiram, em Assembleia Geral realizada quinta-feira (14), aprovar o indicativo de greve sem data. Aproximadamente 90 professores/as participaram da plenária, que aprovou ainda a adesão ao dia de paralisação nacional chamado pelas centrais sindicais, contra a terceirização e o ajuste fiscal, marcado para o dia 29 de maio, sexta-feira. A decisão da categoria teve o apoio da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel) e dos/as do Sindicato dos TrabalhadoresnaUfes (Sintufes).

A Secretaria Geral da Adufes, Cenira Andrade de Oliveira, explica que, hoje (15) e sábado (16), acontece a reunião com o do Setor das Federais do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes) para apresentar um panorama nacional sobre as deliberações do indicativo de greve.

“Nesse balanço, vamos ver se, nacionalmente, todas as universidades fizeram o mesmo, aprovando também o indicativo”, diz Cenira. O posicionamento nacional deve ser apreciado novamente em Assembleia Geral na Adufes, ainda sem data, quando avaliará o resultado da reunião no Andes-SN.

De acordo com a diretora, aprovar o indicativo de greve significa dizer que os/as professores/as estão mobilizados e atentos às pautas e reivindicações.

Reunião com o Mpog não avança. O presidente da Adufes, Edson Cardoso, destacou que o processo de mobilização vem crescendo e tende a ampliar-se a partir do fato de que as negociações do conjunto dos servidores públicos federais (SPF) não tem avançado.

Rafael AssembleiaNa manhã de ontem, quinta (14), representantes do Fórum de Entidades de Servidores estiveram reunidos com Sérgio Mendonça, da secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento. “O encontro havia sido agendado para discutir parte da pauta do funcionalismo, que inclui, por exemplo, o estabelecimento de uma data-base para o segmento. Mais uma vez, no entanto, o governo não apresentou qualquer perspectiva quanto a atender essa reivindicação e, indo além, Mendonça não se comprometeu com data para nova reunião”, crítica Edson.

Leia aqui o texto Reunião entre Servidores Federais e governo não apresenta avanços

Pauta unificada. Durante a assembleia, foi apresentada aos professores/as a pauta unificada com o restante das categorias de SPF. Além disso, os/as docentes trabalham com a perspectiva de negociação específica, que se refere à reestruturação da carreira.

O vice-presidente da Adufes, Rafael Vieira Teixeira, enfatizou que uma das maiores preocupações do momento é o projeto das terceirizações (PL 4330), que se relaciona com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda no mês de abril, tornando legal a contratação de professores universitários por meio das Organizações Sociais (OS).

“A decisão abre as portas para a contratação de professores/as, sem levar em conta o Regime Jurídico Único (RJU), e, portanto, sem concurso público, o que gerará grave prejuízo à carreira docente. Isso implica a extinção da nossa carreira e, assim, o governo se desobriga com a instituição pública, porque as universidades vão passar a ser geridas pelos interesses privados”, explica Rafael.

Pauta específica do setor das Ifes. Entre as reivindicações, os/as professores/as federais querem a estruturação da carreira docente com valorização salarial; valorização salarial dos ativos e aposentados; melhoria das condições de trabalho no interior das instituições; e ainda a defesa da autonomia da universidade.

Veja aqui as fotos das Assembleia Geral da Adufes.

Fonte: Adufes