Docentes da Ufam aprovam deflagração da greve

Em votação apertada, os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovaram a deflagração da greve por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira (15). Foram 292 votos favoráveis, 271 contrários e quatro abstenções. A decisão foi tomada em Assembleia Geral realizada na tarde dessa terça (9), no Auditório Eulálio Chaves, diante de um público de aproximadamente mil pessoas, entre professores, técnico-administrativos e estudantes. 

O resultado contempla os votos de todos os campi da Ufam, com exceção do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) de Coari, cuja decisão não chegou a tempo de ser computada. A greve foi aprovada por ampla maioria em todas as unidades acadêmicas de fora da sede. Só em Manaus a votação contra a paralisação foi maior que os votos favoráveis à greve. Não houve abstenção na capital.

Durante a AG, os docentes definiram ainda que o caráter do movimento paredista é de ocupação didática, com a realização de eventos para debater sobre a qualidade da educação brasileira e os desafios da categoria e dos demais representantes da comunidade acadêmica na luta em defesa da universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. “Essa foi a maior Assembleia Geral já realizada pela categoria. Queremos saudar a cada um dos professores que responderam ao chamamento para deliberar sobre o assunto e, democraticamente, manifestaram a sua opinião, seja favorável ou contrária à greve”, destacou o presidente da ADUA, professor José Alcimar de Oliveira. 

Com a decisão tomada pelos professores da Ufam, sobe para nove o número de universidades que decidiram pela greve somente na região Norte, oito das quais já deflagraram o movimento paredista. Entre elas, as Universidades Federais do Acre, do Amapá, de Rondônia, de Tocantins, do Pará, do Sul e Sudeste do Pará, do Oeste do Pará e Rural da Amazônia, também no Pará. Somente os professores da Federal de Roraima ainda não deliberaram sobre o assunto. Em todo o Brasil, até o momento, 26 Instituições Federais de Ensino deflagraram a greve.

Encaminhamentos

A AG dos docentes definiu que a 1ª reunião do Comando Local de Greve será nesta quarta-feira (10) às 15h, na sede da ADUA. A Assembleia decidiu também solicitar uma reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consuni) da Ufam para deliberar sobre a suspensão de todas as atividades acadêmicas que sejam realizadas após a deflagração da paralisação na segunda-feira (15). A categoria definiu ainda criar um “fundo de greve” para a manutenção das atividades do movimento paredista com a contribuição de R$ 30 para sindicalizados (descontado no contracheque) e R$ 50 para não filiados (depósito bancário), por mês, enquanto durar a greve. 

Além dos docentes, já estão em greve os técnico-administrativos da Ufam, desde o dia 28 de maio, e os estudantes dos Institutos de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), em Humaitá, e de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), em Parintins, que paralisaram as atividades nesses dois campi, nos últimos dias, em virtude da falta de condições de ensino e em protesto contra o corte da verba da Educação, feito pelo governo federal.

Fonte: ADUA