O Comando Nacional de Greve dos Docentes Federais do ANDES-SN divulgou nesta terça-feira um documento com o histórico, desde a suspensão da greve de 2012, das tentativas do Sindicato Nacional em negociar, com o governo federal, a pauta de reivindicações da categoria, que traz entre seus eixos a defesa do caráter público da universidade, condições de trabalho, garantia da autonomia, a reestruturação da carreira docente e a valorização salarial de ativos e aposentados. Até o momento, a greve nacional dos docentes federais já conta com a adesão de 27 seções sindicais do ANDES-SN.
De acordo com o documento intitulado “Reunião sem proposta não é negociação, é enrolação!”, a deflagração da greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino (IFE), no dia 28 de maio de 2015, consiste em uma resposta política à indignação que tomou conta da categoria, depois de várias tentativas infrutíferas de negociação com o governo. “O ANDES-SN acredita que a greve é o recurso encontrado pelos docentes para pressionar o governo federal a ampliar os investimentos para a educação pública e dar respostas ao total descaso diante do aprofundamento na precarização das condições de trabalho e ensino nas IFE, muitas das quais já estão impossibilitadas de funcionar adequadamente, afirma o Comando Nacional de Greve. Leia o documento.
Em uma tabela anexa à carta, os docentes detalham todo o processo de agendamento, cancelamento e reuniões infrutíferas com representantes do Ministério da Educação e do Planejamento desde 2012. Na última reunião com o MEC, em 22 de maio deste ano, após o anúncio de deflagração da greve para o dia 28, o Sindicato Nacional foi recebido pelo Ministro da Educação em exercício e pelo Secretário da Secretaria de Educação Superior “que, além de não apresentarem nenhuma proposta à pauta dos docentes, negaram o acordo anteriormente firmado entre a Sesu/MEC e o ANDES-SN, em 2014”.
Segundo o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, o quadro desmonta o discurso do MEC de que a greve foi precipitada e de que o governo estava aberto ao diálogo. “Em 2014, a SeSu/MEC firmou um acordo com o ANDES-SN sobre os princípios da carreira, e não aceitamos que, agora, o Ministério da Educação negue o acordo que foi feito. O que foi firmado são as bases de uma negociação e, negando isso, o governo rompeu com o processo. Esperamos que ele seja o mais rápido retomado”, disse. Confira aqui a tabela.
Apaixonados pela Educação Pública
O CNG dos docentes federais do ANDES-SN lançou nesta semana a campanha do Dia Nacional dos Apaixonados pela Educação Pública, que será marcado na próxima sexta-feira (12). Atividades nos estados, com a integração de docentes das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) e demais categorias que lutam em defesa da educação pública, devem marcar o dia que tem como mote “Educação Pública: namore esta ideia e assuma um compromisso”. O Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional reforça a importância da construção dos atos em conjunto com técnico-administrativos, estudantes, docentes da educação básica e demais movimentos e organizações da educação.
De acordo com Paulo Rizzo, o mote da campanha faz referência ao dia dos namorados, na próxima sexta-feira, data comemorativa muito popular no país. “Queremos mudar o caráter amplamente comercial que marca a data, e destacar o sentido de compromisso e relação de cuidado com o objeto de nossa paixão, no caso a Educação Pública. Convidamos todos a se enamorarem com o compromisso e lutarem pelo direito de todos a uma educação pública, gratuita e de qualidade, num momento em que este direito está sendo atacado no Brasil e em muitos países”, explica. Acesse aqui as artes da campanha.