Docentes cobram posicionamento das reitorias frente aos cortes nas IFE

Além da precarização das condições de trabalho e infraestrutura, o remanejamento de prazos para conclusão de obras, a suspensão de construções inacabadas em diversos campi das instituições federais de ensino (IFE) e a demissão em massa de terceirizados trazem à tona as consequências negativas dos cortes orçamentários no repasse de verbas públicas para as universidades. Dessa forma, o Comando Nacional de Greve (CNG) definiu a próxima quinta-feira (16) como o “Dia Nacional contra os cortes no orçamento e por mais investimento público na Educação Pública” – data em que serão realizados atos públicos nas ruas e também nas reitorias das IFE de todo país como uma forma de pressioná-las a se posicionarem em relação ao corte de verbas que tem inviabilizado a atividade acadêmica nas instituições.

“O dia 16 de julho será um dia de cobrança às reitorias para que se posicionem contra os cortes de verbas e para que passem a exigir do Ministério da Educação (MEC) a reversão desse quadro que atinge todas as instituições federais de ensino do país. Os docentes vão trabalhar conjuntamente com os comandos locais de greve, ao lado dos técnico-administrativos e estudantes, cobrar que os reitores se pronunciem diante dessa situação”, afirma Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN.

Rizzo aponta que algumas Reitorias tem se pronunciado em relação aos cortes a partir da pressão do movimento grevista, mas que muitas ainda precisam divulgar a situação concreta e o que está comprometido diante da redução no repasse de verbas.

“O que está começando a ficar claro é que a real situação financeira das universidades está pior hoje do que no início do ano. Isso significa que o  próximo semestre pode estar comprometido. Por isso, esse é o momento de fortalecer a luta, uma vez que a nossa greve não é somente por reajuste salarial, mas também por melhores condições de trabalho. Precisamos exigir a reversão imediata desses cortes, sem a qual as universidades não vão conseguir voltar a funcionar”, aponta Rizzo.

Além de cobrar a apresentação dos impactos dos cortes de verbas de custeio e capital e o posicionamento dos reitores e conselhos universitários sobre esses cortes nas IFE, no dia 16 de julho serão solicitadas informações acerca da contratação terceirizada de docentes em cada IFE, dos contratos com as empresas terceirizadas e do número de trabalhadores terceirizados, com base na Lei da Transparência nas IFE. 

“Precisamos mostrar que o problema dos cortes não é individual de cada universidade, e sim geral. E que para enfrentá-lo, os reitores precisam coletivamente, através da Andifes, dizer ‘não’ aos cortes”, finaliza o presidente do Sindicato Nacional.

Fonte: ANDES-SN