Docentes tutores do EAD denunciam condições de trabalho

Os professores tutores do Ensino a Distância (EAD) contratados pela Fundação Cecierj / Consórcio Cederj (Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro), organizaram-se em seção sindical do ANDES-SN no mês de julho. Tendo em vista que os tutores são um dos grupos de docentes mais precarizados o fato de se filiarem, inicialmente, à Regional do Rio de Janeiro do Sindicato Nacional,  constitui um importante passo para o avanço da luta pelo respeito aos direitos trabalhistas dos/as docentes.

Durante o 60º Conad, em Vitória (ES) as professoras do EAD da Unirio, Marcelas Sanches, Maria Evanilda Tomé e Rosenely Dantas, pontuaram as condições de trabalhos e o processo de sindicalização em busca do devido conhecimento à categoria, que trabalha em 32 diferentes pólos pelo estado do Rio de Janeiro. “A criação da seção sindical surgiu da necessidade de nos organizarmos enquanto tutores”, diz Rosenely.

“Nós passamos de janeiro a maio sem receber. Continuávamos dando nossas tutorias, atendendo ao aluno, mas não tinha nenhuma posição e nenhum movimento a respeito disso”, explica Maria Evanilda. Além disso, a falta de vínculo gera o descumprimento dos direitos básicos trabalhistas. Quando um trabalhador adoece, por exemplo, não é permitido faltar. Marcela sintetiza: “você exerce a função de um trabalhador professor da educação, mas você não tem vínculo”.

Devido a estas condições, em 24 julho deste ano a Adunirio foi criada, dando um importante passo na união de toda a classe trabalhadora docente. A seção sindical é a primeira entidade de professores do EAD de que se tem conhecimento. As professoras sinalizam que é extremamente importante que novos grupos se criem, a fim de denunciar a precariedade dos docentes e, assim, lutar pelo reconhecimento e pela valorização dos/as trabalhadores/as da educação. 

Participação no Conad

Pela primeira vez participando de um Conad, as professoras Marcela, Maria e Rosenely sentem-se satisfeitas e motivadas. “A experiência é extremamente rica. Pensar a carreira docente é pensar também na modalidade da educação à distância”, afirma Maria Evanilda. Já Marcela aponta o espanto dos outros professores ao tomar conhecimento da situação dos trabalhadores do EAD. “É uma causa tão séria e tão justa que de repente agora alguém vai começar a pensar que temos que fazer alguma coisa”, finaliza.          

Para o professor Luis Eduardo Acosta, 1° vice-presidente da regional do Rio de Janeiro, o Conad também é um espaço de formação. “É importante que as/as professores/as recém-ingressos/as ao Andes-SN participem das esferas de atualização das lutas do sindicato, como é o caso do Conad e do Congresso. Esses espaços são ricos, pois neles são feitos diversos debates que envolvem questões de interesse da categoria e dos/as trabalhadores/as”, destaca Acosta.

Texto de Liana Nunes Coll – ADUFpel e Giselle Pereira – Adufes

Fonte: Adufes