Servidores públicos e MTST realizam de ato contra o ajuste fiscal em Brasília

Associados e diretores da Adufes participam do Ato em Brasília.

Diversas categorias do funcionalismo público federal, incluindo os docentes federais em greve, realizaram nesta quarta-feira (23) um dia nacional de paralisações e atos em todo o país contra o mais novo pacote de cortes orçamentários do governo federal e também para pressionar o governo pela reabertura de negociações com os servidores públicos federais (SPF). Atendendo ao chamado do Fórum dos SPF para o Dia Nacional de Paralisação, o Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN orientou a vinda de caravanas dos docentes à manifestação na capital federal.

Em Brasília (DF), mais de duas mil pessoas, entre servidores e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o movimento estudantil realizaram ato em frente ao Ministério da Fazenda, no Bloco P, na Esplanada dos Ministérios. “Hoje estão ocorrendo diversos atos e paralisações dos SPF em todo o  país contra o pacote de ajustes do governo, que impôs um retrocesso nas negociações com os servidores e que ataca diversos direitos dos trabalhadores. Essa manifestação aqui em Brasília é para cobrar do governo que receba os trabalhadores sem teto, também atingidos com os cortes, reabra as negociações com os SPF e recue no seu pacote de ajustes”, afirmou Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN. 

Na tarde desta quarta (23), uma comissão com representantes do Fórum dos SPF protocolará uma Carta ao Congresso Nacional, um manifesto público de rejeição do Fórum dos SPF ao pacote de ajustes do governo federal, apontando saídas para a crise fiscal que não retirem direitos dos trabalhadores, como a auditoria da dívida pública e a taxação de grandes fortunas.

Os novos cortes foram anunciados pelo governo federal no dia 14 de setembro e retiram mais direitos dos trabalhadores, confiscam os salários dos servidores, suspendem a realização de concursos públicos e aprofundam o desmonte do serviço público, atacando o direito da sociedade a serviços públicos, gratuitos e de qualidade. 

Violência
Pela manhã, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam o Ministério da Fazenda na capital federal para cobrar, além do recuo ao reajuste fiscal, mais recursos para moradia. Policiais Militares (PM) do Distrito Federal agiram com violência diante da ocupação realizada pelo MTST com o uso de gás lacrimogêneo para expulsar os manifestantes do prédio. Os PMs montaram um cordão de isolamento na frente do prédio e, mesmo com a desocupação, intimidaram os manifestantes com gás lacrimogêneo durante toda a manifestação que ocorreu em frente à portaria do Ministério da Fazenda.
“Os trabalhadores entraram no Ministério, que é um prédio público, pacificamente. A polícia foi acionada e os retirou com violência. Nós repudiamos esta atitude. O governo, ao invés de abrir um diálogo, mais uma vez coloca a polícia para reprimir os trabalhadores”, lamentou o presidente do Sindicato Nacional.

Enquanto ocorria a manifestação no Ministério da Fazenda, integrantes do Movimento Sem Terra (MST) protestaram em frente ao Ministério da Educação (MEC) contra os cortes no orçamento na área da Educação e a favor da reforma agrária. Os manifestantes protocolaram um documento com reivindicações no MEC e depois seguiram pelo Eixo Monumental até a Praça dos Três Poderes e depois ocuparam também o Ministério de Desenvolvimento Agrário. “Ao mesmo tempo que ocorria essa manifestação, o MST se manifestou em frente ao MEC para protestar contra os cortes na Educação que afetou as escolas do campo. É nítido que todos os movimentos não aceitam essa política de ajustes que ataca a classe trabalhadora”, ressaltou Paulo Rizzo.

Fonte: Andes-SN