Espaço de Unidade de Ação discute conjuntura e chama plenária para janeiro

Representantes de mais de 20 organizações sindicais, populares, estudantis e partidárias, de seis estados e do Distrito Federal, se reuniram na quarta-feira (9) em São Paulo para a última reunião do ano de 2015 do Espaço Unidade de Ação. No encontro, foi feito um balanço das atividades desenvolvidas ao longo do ano e debate da conjuntura nacional.

Na avaliação dos participantes, mesmo diante da ampliação da crise política e institucional vivida nas últimas semanas, os ataques aos trabalhadores se aprofundaram, com a aprovação de leis e projetos no Congresso Nacional que retiram direitos sociais, na tentativa de dar conta da crise econômica e repassar aos trabalhadores o ônus dela. Durante o balanço das atividades, como a  Marcha dos Trabalhadores, que reuniu 15 mil pessoas nas ruas da capital paulista, e o Encontro Nacional de Lutadores e Lutadoras – realizados respectivamente nos dias 18 e 19 de setembro -, os representantes das entidades consideraram estas ações como momentos importantes na perspectiva de fortalecimento de um campo classista e de luta em contraposição ao governismo e à oposição de direita. Destacaram também, as importantes lutas protagonizadas pelos estudantes do Ensino Básico de São Paulo neste ano contra a reorganização escolar, dos indígenas contra a invasão de seus territórios e contra a PEC 215/00, das mulheres contra o PL 5069/13 e a luta dos atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco/Vale e BHP.

Na reunião, foi decidido pela elaboração de uma declaração política, com base nos debates construídos no Encontro Nacional de Lutadores e Lutadoras, e reafirmando a posição contra as políticas do governo e contra as alternativas da oposição de direita.  Foi aprovada ainda a realização de uma Plenária Sindical e Popular, no dia 22 de janeiro de 2016, em São Paulo, com o objetivo de definir um plano de ação para o próximo períodoincluindo uma atividade nacional unificada desse campo. “É de extrema importância a realização de uma atividade o mais rápido possível para disputar a consciência da classe trabalhadora e apresentar uma opção para a construção de um bloco que defenda os direitos dos  trabalhadores. É importante que se construa uma nova manifestação, igual a Marcha do dia 18 de setembro”, afirmou Amauri Fragoso, 1° tesoureiro do ANDES-SN e Encarregado de Relações Sindicais do Sindicato Nacional.

Caravana

No mesmo dia da Reunião (9), partiu de São Paulo, rumo ao Mato Grosso do Sul, a Caravana Tekoha em solidariedade aos indígenas Guarani Kaiowas, que estão sendo violentamente atacados pelo agronegócio, que já vitimou lideranças indígenas desde o ano passado. Os  integrantes da Caravana permaneceram até o dia 13 e puderam conhecer a realidade dos indígenas naquela região. Uma nova caravana ao MS está prevista para ocorrer entre os dias 11 e 15 de janeiro de 2016. “As terras indígenas são alvos preferenciais da tentativa de tomada do capital e, com isso, os assassinatos são frequentes e a ideia da caravana, além da solidariedade, é de fazer uma denúncia do que ocorre no estado”, disse o diretor do ANDES-SN.

 

Seminário Nacional

No próximo dia 17 de dezembro, a CSP-Conlutas, o Sindicato Metabase Inconfidentes e outras entidades realizarão o Seminário Nacional #NÃOFOIACIDENTE – Em defesa dos trabalhadores e da população atingida pelo crime ambiental, em Mariana, Minas Gerais. O seminário será realizado no Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Outro Preto (Ufop) e tem como intuito esclarecer o crime socioambiental e trabalhista e garantir visibilidade do caso em nível nacional e internacional. A partir deste seminário serão traçadas estratégias para fortalecer o amplo apoio da sociedade que em conjunto com os movimentos sociais, populares, sindicais e estudantis exigem punição exemplar para a Vale, Samarco e BHP Biliton. “O que aconteceu em Mariana não foi acidente e causou uma enorme destruição. Esta é uma forma de destruição que o Capital usa para acabar com o meio ambiente e na tentativa de aumentar os seus lucros sem a preocupação, principalmente, dos governantes. Tanto que depois do acidente foi aprovado no Senado uma lei que facilita a regulamentação da mineração, e o próprio governo de Minas encaminhou um projeto para facilitar a mineração no estado”, contou Fragoso.

*Com informações e imagem de CSP-Conlutas

Fonte: ANDES-SN