A crise orçamentária do estado do Rio de Janeiro afeta cada vez mais a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Docentes substitutos, visitantes, estudantes e trabalhadores terceirizados vem sofrendo com atrasos e não pagamento de salários e bolsas.
Enquanto os docentes substitutos estão sem remuneração desde agosto, os visitantes receberam os valores referentes às bolsas pela última vez em novembro. Já os estudantes estão com as bolsas em atraso desde dezembro e os trabalhadores terceirizados receberam apenas parte do 13º e estão há dois meses sem salário. Guilherme Abelha, 1º secretário da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, ressalta que os problemas vividos na Uerj no início de 2016 não são novos. “Estamos na mesma situação caótica, não se resolveu nada. Muita gente da universidade está sem receber. As condições que levaram à paralisação do semestre em novembro de 2015 estão colocadas na mesa de novo. Esse semestre não tem a menor condição de iniciar”, critica o docente.
Os docentes da Uerj estão em estado de greve, e podem decidir pela deflagração de greve em sua próxima assembleia, que será realizada junto à volta às aulas, em primeiro de março. No dia seguinte (2), haverá manifestação unificada dos servidores públicos estaduais do Rio de Janeiro, contra o ajuste fiscal promovido pelo governo do estado, que retira recursos das áreas sociais, mas segue dando isenções fiscais milionárias às empresas privadas.
O Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), ligado à Uerj, também sofre com os cortes, assim como o Colégio de Aplicação (CAP-Uerj). No HUPE, as cirurgias foram canceladas em janeiro e muitos residentes já não têm mais como manter o deslocamento até o hospital, por falta de recursos. Outros já não têm dinheiro sequer pra comida, conforme nota divulgada por um grupo de residentes do Hupe. No CAP-Uerj, os trabalhadores celetistas estão sem receber desde novembro.
*Com informações e imagem de Asduerj-SSind.
Fonte: ANDES-SN