Ato em defesa do Hospital Universitário marca início da greve na Uerj

Um ato em defesa do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) e da Universidade do Estado Rio de Janeiro (Uerj), na manhã desta segunda-feira (7), marcou o início da greve dos docentes e técnico-administrativos da Uerj. Centenas de docentes, técnicos e estudantes se uniram em frente à Uerj e caminharam até o Hupe, com cartazes e faixas denunciando a política de precarização da universidade e a tentativa de privatização do hospital por parte do governo estadual, com a gestão via Organização Social. 

Segundo Paulo Alentejano, vice-presidente da Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj SSind.) o ato foi bastante expressivo, com a presença de muitos técnicos, docentes e estudantes nas ruas. “Saímos da Uerj campus Maracanã e fomos até o Hupe e fizemos um ato na frente do hospital, que é um dos segmentos que vem sendo mais sucateados dentro da universidade.  A adesão à greve tem sido massiva por parte dos professores, temos feito diversas reuniões nas unidades”, relatou. 

De acordo com Alentejano, os professores estão de fato entendendo que “esse é o momento de intensificar a mobilização em defesa da Uerj e contra toda essa política de cortes na educação e na saúde implementada pelos governos em vários estados, no nosso caso pelo governo Pezão”. O vice-presidente da Asduerj SSind. contou ainda que os docentes se reúnem nessa terça-feira (8), em nova assembleia para discutir novas ações da greve, inclusive em conjunto com os demais servidores do estado. 


Deflagração da greve. Em assembleia histórica realizada no último dia 1° com a presença de mais de 450 docentes, foi deliberada a deflagração da greve, por tempo indeterminado, a partir desta segunda (7). Os técnicos e estudantes também decidiram, em assembleias na última semana, pela paralisação de todas as atividades a partir desta segunda. Na sexta-feira (4), o Conselho Universitário da Uerj aprovou uma moção de apoio à pauta de reivindicações do movimento docente.

Entre os principais pontos da pauta dos docentes estão a defesa da universidade pública e melhores condições de ensino, pesquisa e extensão na Uerj, no que implica entre outras ações, na regularização do pagamento de bolsas e salários aos estudantes e docentes; no pagamento imediato dos salários dos professores substitutos, recém-concursados e empossados, e no reajuste e recomposição salarial. 

Ademais, os docentes são contra os cortes no orçamento da Uerj, contra as Organizações Sociais e a privatização do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), e reivindicam o direcionamento de 6% do orçamento do estado do Rio de Janeiro para as universidades públicas estaduais. No que tange aos servidores públicos, a assembleia aprovou também a luta em defesa do servidor e do serviço público, por uma data-base para o funcionalismo fluminense, contra o Projeto de Lei 18 – que aumenta para 14% a contribuição previdenciária dos servidores-, pelo fim da terceirização e em defesa do concurso público.

Ato unificado. Na sexta (4), a comunidade acadêmica da Uerj se uniu aos demais servidores públicos do estado em manifestação em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, contra o pacote de medidas enviado pelo governador à casa legislativa para sanar o “rombo” nas contas públicas do estado, que prevê uma série de ataques aos direitos dos trabalhadores. Os servidores também protestaram contra o desmonte e sucateamento dos serviços públicos.

*Fotos: Asduerj SSind.

Fonte: Andes-SN