Professores da Ufes fazem dia de paralisação na terça, 16


Reunidos em assembleia, nessa terça-feira, 09, a categoria decidiu aderir ao
Dia Nacional de paralisação dos docentes das IFES. Um manifesto do movimento docente será divulgado nesta quinta-feira.

Os professores da Ufes paralisarão suas atividades em 16 de agosto (próxima terça-feira) e ainda participarão da construção de uma greve geral para barrar os ataques do governo interino Michel Temer aos direitos dos trabalhadores. Desta forma, a categoria vai se somar também às manifestações do Dia Nacional de Mobilização em Defesa dos Empregos e contra a Retirada de Direitos, chamado pelas centrais sindicais.

Em plenária, realizada na sede da Adufes, a categoria aprovou o “Fora Temer” após avaliar que o presidente interino está empenhado em acelerar a retirada de direitos políticos, sociais e trabalhistas, já iniciada pela titular do cargo, Dilma Rousseff.  Por mais de duas horas, os professores discutiram a política nacional, criticaram a agenda de retrocessos do atual governo, que está marcada por cortes contínuos e significativos no orçamento destinado à educação.

“A universidade pública está na mira desse governo ilegítimo. Temos que barrar o ajuste fiscal e uma série de outras medidas em curso”, disse uma docente, lembrando que as universidades públicas estão ameaçadas em sua relevância e função na sociedade.

 “Precisamos unir forças contra esse Golpe de Estado orquestrado por forças conservadoras no Brasil e que está em marcha no mundo inteiro”, pontuou outro professor. A gravidade do momento, segundo os docentes, exige que os trabalhadores estejam unidos para enfrentar a onda de retrocessos e se preparem para a construção de uma greve geral no país.

Citaram como retrocessos o fim do programa Ciências Sem Fronteiras para a Graduação e de bolsas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, a reforma da previdência e seus riscos para os trabalhadores, o arrocho salarial e a ameaça do fim da estabilidade do funcionalismo público.

Educação sem liberdade. Outro debate à tona foi o projeto Escola Sem Partido que pretende proibir os professores de emitirem opinião em salas sobre temas políticos, culturais, religiosos e de gênero em sala de aula.  “Esse é um projeto de lei que criminaliza os professores, que nos trata como bandidos”, ressaltou uma docente,  lembrando da grave ameaça ao livre exercício da docência  e  aos direitos humanos.

As decisões tomadas em assembleia ratificam a posição do Andes-SN que é o fora “Fora Temer, contra o ajuste fiscal e a retirada dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e cortes nas políticas sociais. Pela auditoria da dívida pública. Contra a política de conciliação de classe. Rumo à greve geral”.

Manifesto. No final, a categoria decidiu pela elaboração de um manifesto em defesa da democracia e da universidade pública. A nota do movimento docente da Ufes será divulgada nesta quinta-feira,11. “A Adufes está ao lado dos trabalhadores e na defesa da democracia. Vamos nos aliar aqueles que lutam pelos  direitos sociais conquistados, dentre eles a Previdência Pública”, garante o presidente do sindicato, José Antônio da Rocha Pinto.

Em breve o sindicato divulgará mais informações sobre a construção do Dia Nacional de Mobilizações e Paralisação, e desde já, convida toda a comunidade acadêmica para ampla participação na atividade da próxima terça-feira.

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Fonte: Adufes