Plenária Virtual Unificada contra a Reforma Administrativa fortalece unidade e mobilização

No próximo dia 30, haverá ato público na Praça Costa Pereira (horário a confirmar) com todas as medidas sanitárias previstas em razão da pandemia de Covid-19. Participe!

Fortalecer a unidade e intensificar a mobilização. Essas são as principais tarefas apontadas pela plenária virtual unificada das Centrais, sindicatos e entidades que ocorreu na noite dessa quarta-feira, 16.  Por mais de duas horas, dirigentes da CTB, Intersindical, CSP-Conlutas, CUT, e representantes de cerca de 40 sindicatos, coletivos, associações e movimentos populares fizeram exposições acerca de ações de mobilização contra a PEC 32 (Reforma Administrativa) já em tramitação no Congresso. Dentre os pontos da Reforma ressaltados durante a Plenária, sobressaíram-se a destruição do caráter social do Estado, que dará lugar a um Estado ultraliberal; o discurso de culpabilização do servidor e serviço público pela crise e o desamparo planejado da população, com o objetivo de privatização.

Com a Reforma, o serviço público ficaria à mercê dos desmandos dos governos, perdendo seu caráter estatal e submetendo-se a uma lógica de gestão. Ao contrário do que diz o governo Bolsonaro, a estabilidade das/os servidoras/es não é um privilégio.  “A estabilidade busca evitar que o servidor seja demitido por perseguições de qualquer tipo”, frisou a secretária-geral da Adufes, Junia Zaidan, que presidiu a plenária virtual.  Os dirigentes das centrais sindicais fizeram exposições e, unânimes, criticaram a proposta do governo, reforçando a luta por uma pauta unitária, a exemplo, da resistência contra a aprovação das Reformas da Previdência e Trabalhista.

“Essa PEC 32 (Reforma Administrativa) prejudica o servidor público, mas muito mais a população que vai sentir na pele nossa ausência. É o povo que precisa de saúde, de segurança, saneamento, e outros serviços públicos”, pontuou o diretor da CUT, Fischer Marcelo, também presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Correios do Espírito Santo (Sintect-ES). A categoria está em greve há 5 semanas contra a retirada de direitos e contra a privatização dos Correios, uma das empresas estatais na mira da privatização do governo Bolsonaro.

A exemplo das reformas da Previdência e Trabalhista, a proposta de sucateamento do serviço público, na avaliação geral, é um caça às bruxas contra as/os trabalhadoras/es do estado. “Não mexerá em quem de fato tem privilégios, como parlamentares, juízes, procuradores, militares, que continuarão tendo suas benesses, auxílio moradia, duas férias ao ano e várias outras regalias”, lembrou Carlos Duarte Gondim, da CTB.

Outro dirigente que expressou a mesma opinião foi Pedro Paulo Vieira, da Intersindical CCT, para quem a proposta enviada ao Congresso Nacional no último dia 3/9 é extremamente negativa. “Essa PEC (32) na síntese é a precarização do serviço público, terceirização, redução de postos de trabalho; irá retirar dezenas de direitos históricos, como estabilidade, progressões,  promoções automáticas, adicionais; vai impor demissões por avaliação de desempenho, e será o fim de qualquer reajuste salarial”.

Objetivos da PEC da ‘rachadinha’. Para o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Sérgio Ribeiro, os objetivos reais da “PEC da rachadinha” (por facilitar o apadrinhamento político) do governo Bolsonaro visam aprofundar as privatizações e destruir os serviços públicos, ampliando a retirada de direitos e salários dos servidores.

“Temos um governo ultraliberal, de ultradireita e ultrasubmissso ao imperialismo norte-americano, ou seja,  Bolsonaro veio para entregar  nosso país,  e para isso conta com o Ministro da Economia, Paulo Guedes e  o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ ) como seus pilares. Essa Reforma tem o sentido de  privatizar  o estado”.

Ocupar as ruas. A gana do governo em destruir os direitos das/os trabalhadoras/es foi pontuada na sequência em todas as falas das lideranças sindicais. Na avaliação geral, além de condenar milhões de pessoas a ficarem sem aposentadoria e de jogar no lixo direitos trabalhistas duramente conquistados, Bolsonaro se lança criminalizando o funcionalismo público.  Daí, a importância de dialogar com a população sobre a importância dos serviços e dos servidores públicos para o bem estar social.

“Precisamos ocupar as ruas para poder dizer que não aceitaremos nenhuma imposição de braços cruzados”, destacou Rita Lima, do Sindicato dos Bancários. Ela lembrou que a categoria vem lutando contra a privatização de bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e  Banco do Brasil.

Dia Nacional de Luta: ato Costa Pereira. E, no dia 30 de setembro, está marcado um Ato Nacional em Defesa dos Servidores e Serviços Públicos. A proposta da atividade é de dialogar com a população, mostrar a importância dos serviços e dos servidores públicos, desmitificando a afirmação falaciosa de que o funcionalismo é apenas custo para o estado.

“Não podemos nos abater diante desses ataques e nem permitir sermos achincalhado, desmoralizados, por um governo que não quer apenas desmontar os serviços públicos, mas colocar na mão da iniciativa privada as esferas em que deveria estar mais presente”, alertou a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, ressaltando a Campanha Vida de Servidor, lançada recentemente no Estado.

A proposta da campanha – que tem o apoio da Adufes, Sinasefe-Ifes, e a participação do DCE-Ufes,  –   atendeu solicitação das bases das entidades e o resultado de aceitação nas redes sociais tem surpreendido. Em apenas 10 dias de lançamento, a campanha já teve mais de 25 mil visualizações nos canais Youtube, Facebook e Instagram. “Temos que chegar às nossas bases e junto à população. Nos próximos dias, a Campanha Vida de Servidor irá postar textos da Reforma Administrativa para que possamos compartilhar”, avisou Ana.

Fonte: Adufes