Ufes já possui um Plano de Ação de Acessibilidade que aponta os eixos prioritários para o atendimento às pessoas com deficiência dentro da Universidade. É preciso que ele seja colocado em prática
Para que as pessoas com deficiência sejam efetivamente incluídas no ambiente acadêmico da Universidade é preciso que haja acessibilidade atitudinal na Instituição. Esta acessibilidade se refere à percepção do outro sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações. Sem isso, todas as outras acessibilidades não serão possíveis porque é preciso que haja atitude efetiva das pessoas que compõem a Instituição para que as barreiras sejam removidas.
No Dia Mundial da Síndrome de Down (21 de março), a Adufes ressalta que acessibilidade é muito mais do que intervenções físicas em prédios e acessos. A secretária-geral do Sindicato, Aline Bregonci, explica que a Instituição precisa estar preparada para uma nova realidade em que pessoas com deficiência intelectual estão presentes com demandas específicas que precisam ser atendidas.
“O trabalho já é feito pelo Núcleo de Acessibilidade da Ufes (Naufes), mas precisamos avançar mais na contratação de pessoal qualificado e no trabalho de oferecimento de condições básicas, incluindo a conscientização da comunidade acadêmica sobre a importância e respeito a essas pessoas”, explicou.
Além disso, é preciso que os modos de aprendizagem sejam respeitados, compreendendo que para isso é preciso eliminar barreiras metodológicas, relacionada diretamente à atuação de docentes que precisam ser orientadas/os, recebendo as condições adequadas, para que atuem nesta perspectiva garantindo que todas/es tenham acesso ao conhecimento, aprendizagem, avaliação e inclusão educacional.
A Instituição também precisa eliminar barreiras presentes em suas normas, regulamentos e portarias (acessibilidade programática), assim como é preciso pensar na acessibilidade instrumental, envolvendo a retirada de barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo, trabalho, entre outros.
Plano de Ação
A Ufes já possui um Plano de Ação de Acessibilidade Atitudinal, Arquitetônica, Metodológica, Programática, Instrumental, nos Transportes, nas Comunicações e Digital que aponta os eixos prioritários para o atendimento às pessoas com deficiência dentro da Universidade. São eles:
- Acessibilidade atitudinal: Refere-se à percepção do outro sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações. Todos os demais tipos de acessibilidade estão relacionados a essa, pois é a atitude da pessoa que impulsiona a remoção de barreiras.
- Acessibilidade arquitetônica: Eliminação das barreiras ambientais físicas nas residências, nos edifícios, nos espaços e equipamentos urbanos.
- Acessibilidade metodológica: Ausência de barreiras nas metodologias e técnicas de estudo. Está relacionada diretamente à concepção subjacente à atuação docente: a forma como os professores concebem conhecimento, aprendizagem, avaliação e inclusão educacional irá determinar, ou não, a remoção das barreiras pedagógicas.
- Acessibilidade programática: Eliminação de barreiras presentes nas políticas públicas (leis, decretos, portarias, normas, regulamentos, entre outros).
- Acessibilidade instrumental: Superação das barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de lazer e recreação (comunitária, turística, esportiva).
- Acessibilidade nos transportes: Forma de acessibilidade que elimina barreiras não só nos veículos, mas também nos pontos de paradas, incluindo as calçadas, os terminais, as estações e todos os outros equipamentos que compõem as redes de transporte.
- Acessibilidade nas comunicações: É a acessibilidade que elimina barreiras na comunicação interpessoal (face a face, língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em braile, uso do computador portátil) e virtual (acessibilidade digital).
- Acessibilidade digital: Direito de eliminação de barreiras na disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos.
É preciso que este Plano de Ação seja colocado em prática para que as pessoas com deficiência acessem e tenham condições de permanência na Universidade, seja como servidoras/es, seja como estudantes, em um ambiente efetivamente inclusivo. Continuar reproduzindo as exclusões históricas a que essa população é submetida só atende aos interesses do capital que se utiliza das diversas opressões para manter privilégios e impedir a construção de uma sociedade menos desigual e mais solidária.
Adufes