Comando de Greve debate PEC 55 com grupo de idosos do projeto de extensão da Ufes

Como parte das atividades promovidas pelo Comando de Greve Unificado, foi realizada na tarde desta quinta-feira (24), na sede da Adufes – campus de Goiabeiras/Vitória, debate com a Terceira Idade sobre a PEC 55, também conhecida como PEC do “fim do mundo” e do “teto”.

O grupo, que faz parte do Projeto de Extensão da Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI), Coordenado pela professora do Departamento do Serviço Social e integrante do Comando Unificado, Cenira Andrade de Oliveira,  também debateu  a reforma previdenciária e todos os demais ataques à classe trabalhadora, o que inclui ainda as alterações do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC).

Durante o evento, o professor do Departamento de Serviço Social, Thauan Pastrello, alertou sobre o ajuste fiscal e a PEC 55. “É importante a realização de atividades como esta para esclarecermos o que significa realmente a responsabilidade fiscal e a PEC. Trata-se da transferência de renda para quem tem mais, terceirização e precarização do trabalho”, disse. 

Segundo ele, a PEC vai também privilegiar o pagamento de juros da dívida pública em detrimento das despesas sociais e da renda dos trabalhadores.  “Ela simplesmente coloca um teto para as despesas primárias (saúde, educação, previdência, assistência, segurança etc). Todo o aparato do Estado vai ficar submetido a um teto para que sobre ainda mais recursos para as despesas não primárias, que são as financeiras, com juros”, esclareceu.

Para a aposentada e militante do Movimento de Direitos Humanos da Serra/CDDH, Ana Maria Caracoche, a atividade foi excelente. “Discutimos sobre a conjuntura do país e as políticas de retrocessos que afligem não só os aposentados, mas toda população. Estamos cansados de ver os meios de comunicação tradicionais monopolizarem as informações contra os trabalhadores e pobres”, lembrou Ana, enfatizando que eventos desse tipo são fundamentais para a unificação da classe trabalhadora e a disputa contra-hegemônica da informação.

Cortes. Como se já não bastasse, Temer anunciou uma medida que prevê novo recadastramento dos idosos e pessoas com deficiência no Cadastro Único do Benefício da Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC-LOAS). O governo, sobre falsa justificativa de déficit previdenciário, quer aumentar a idade mínima para esse público receber o benefício, passando de 65 anos para 70 anos.

Atualmente o benefício, que equivale a um salário mínimo, é destinado a idosos e pessoas com deficiência que comprovem não ter como se manter.

Encerramento das atividades. A coordenadora do UnATI, Cenira Andrade de Oliveira, informou que o evento marcou o encerramento das atividades com o grupo em 2016. “O debate foi muito importante, pois discutimos os principais retrocessos do governo e os motivos da greve na Ufes. Os aposentados estão dispostos a contribuir com a luta”, garantiu lembrando que o próximo encontro do projeto ocorrerá no próximo ano.

Fonte: Adufes