O Caderno “Trabalho Remoto na Ufes” problematiza as mudanças ocorridas no trabalho docente em tempos de isolamento social e sua relação com a saúde.
Construído de forma conjunta por docentes que integram a Comissão de Acompanhamento ao Trabalho/Ensino Remoto, o Caderno 1 “Trabalho Remoto na Ufes” analisa em suas páginas as mudanças no processo e na organização do trabalho docente. Apresenta dados nacionais e locais que apontam para a intensificação e precarização do trabalho, a falta de infraestrutura, a suscetibilidade ao controle ideológico e operacional das atividades, ao assédio, os impactos na subjetividade dos indivíduos e o adoecimento físico e mental, entre outros aspectos.
Criada em setembro, a Comissão vem atuando em diferentes iniciativas, entre elas, a elaboração de formulário online para “pedido de custeio e/ou ressarcimento de materiais e serviços necessários ao trabalho remoto”, que pode ser acessado AQUI.
“É preciso continuar pensando coletivamente o trabalho na Ufes visando definir ações a serem dirigidas à ampliação do poder de agir dos trabalhadores/as que habitam este espaço laboral”, destaca a publicação. De acordo com a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, a cada dia a categoria sofre mais sobrecarga de trabalho e, consequentemente, cansaço, estresse e angústia. “Temos recebido muitas queixas. A alternativa é criar estratégias coletivas de enfrentamento às adversidades”.
Earte. Logo na apresentação, o Caderno “Trabalho Remoto na Ufes” traz um apanhado sobre a implementação, no mês de agosto, do Ensino-Aprendizagem [sic] Remoto Temporário e Emergencial (Earte) com seu modelo precário e excludente. Dois meses antes, uma pesquisa realizada pelo sindicato já indicava que a rotina de trabalho envolvia uma maratona de atividades e que incorporaria mais atribuições com o ensino remoto à vista. Pelo levantamento, realizado em junho, 81% das/dos respondentes estavam atuando em projetos de pesquisa durante a pandemia; 81% em tarefas diversas (comissões, redações de pareceres, análise de documentos); entre outras situações de trabalho.
“É importante salientar que não apenas as atividades da universidade foram conservadas, como foram intensificadas e precarizadas, devido à manutenção das mesmas exigências (prazos e tarefas), sem o acompanhamento das condições de trabalho e da compreensão da nova condição dos servidores/as colocados em trabalho remoto”, destaca a apresentação, lançando o olhar também para o que virá no pós-pandemia. Ao aprofundar a discussão sobre trabalho remoto e saúde, a edição levanta reflexões: que desafios estamos enfrentando a partir de atividades laborais em meio a um contexto de pandemia? Como pensar o trabalho docente em tempos de ensino remoto? Que estratégias podemos construir coletivamente estando reclusos fisicamente em nossos lares, em meio aos cuidados que devemos ter conosco e com os outros? Que modulações está sofrendo o modo de organização do trabalho docente hoje e quais os efeitos na produção de saúde e doença dessas/es profissionais?
E, por fim, o Caderno 1 reforça convite para que a categoria participe:
“Envie críticas, sugestões, tire dúvidas, peça auxílio e participe da Comissão pelo e-mail: adufesrelatos@gmail.com
Faça sua notificação sobre custeio e/ou ressarcimento de materiais e serviços necessários ao trabalho remoto: http://wp.adufes.org.br/formulario-juridico/
Fale com a Adufes: http://wp.adufes.org.br/fale-com-a-adufes/
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