Após 81 dias, estudantes da Uesb desocupam campus de Vitória da Conquista


Estudantes da Uesb desocuparam, nessa segunda-feira (09), o campus de Vitória da Conquista. Foram 81 dias de ocupação que mostraram resistência e disposição de luta do movimento estudantil. A desocupação, aprovada em assembleia no dia 29 de dezembro de 2016, foi anunciada na última sexta-feira (06). Em nota, o movimento afirma que este “foi um dos maiores momentos de ascensão do Movimento Estudantil nos últimos anos”.

O Movimento Ocupa Uesb chegou a negociar um termo de acordo com a reitoria da universidade que não quis assinar o documento. Entre as reinvindicações estavam a melhoria na qualidade do Restaurante Universitário (RU), melhoria no atendimento e aumento dos pontos de xérox, implementação de uma política de acessibilidade e inclusão social, política de inclusão de pais e mães e ampliação da residência universitária.

Para os alunos, a ocupação é uma das muitas estratégias de luta da classe trabalhadora. “[É preciso] voltar às bases e pensar em novas armas para combater todos os ataques. [Nossa luta] busca nos defender das políticas de estado com impacto social direto e indireto, tendo constantemente a emancipação da sociedade em seu horizonte”, afirmou o Movimento Ocupa Uesb em nota.

Confira a nota de desocupação na íntegra. 

Primavera Estudantil

Estudantes secundaristas e universitários de todo o Brasil demostraram a sua força no que ficou conhecida como Primavera Estudantil. A onda de ocupações se iniciou no Paraná e, se espalhou pelas escolas, universidades e institutos federais. Foram mais de 1.500 instituições ocupadas. Além das pautas locais e estaduais, os estudantes ainda mantiveram uma pauta nacional unificada em que se manifestavam contrários a PEC 241/55, contra os projetos de lei Escola Sem partido e contra a autoritária Reforma do Ensino Médio.

Ocupações em Vitória da Conquista

Em Vitória da Conquista, foram 04 instituições ocupadas: UESB, UFBA-IMS, CETEP e IFBA. As ocupações, que se reuniam periodicamente, realizaram diversas atividades culturais, de formação e atos em conjunto com sindicatos e movimentos sociais.

IFBA: A primeira instituição a ser ocupada foi o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). A mobilização estudantil, que se iniciou em 18 de outubro, permanece por tempo indeterminado. Além das pautas nacionais, eles reivindicam melhorias na estrutura do campus. Uma assembleia de avaliação será realizada ainda nesta semana.

UFBA: No Instituto Multidisciplinar de Saúde (IMS), campus da UFBA, os estudantes aderiram ao movimento nacional em 24 de outubro de 2016. No dia 22 de dezembro, o campus foi desocupado.

CETEP : Foram 60 dias de ocupação que culminou na assinatura de um termo de acordo com a direção do colégio. O termo, assinado pelo diretor do Núcleo Regional de Educação (NRE-20), Ricardo Costa, e pela atual gestora do colégio, Lilian Moura, aponta participação dos discentes na construção de projetos pedagógicos e melhorias na estrutura. Os secundaristas desocuparam no dia 30 de dezembro.

A Adusb se solidariza com a luta dos (das) estudantes que deram uma aula de resistência e coragem há tempos esquecida. Nesta quadra histórica, o movimento estudantil mostrou disposição e não recuou, pautando a unidade entre os diversos setores da classe trabalhadora como estratégia para barrar as ofensivas do capital.

Fonte: Adusb