Docentes e trabalhadoras do 36º Congresso do ANDES-SN realizaram uma manifestação na manhã deste sábado (28), para denunciar casos de machismo e assédio ocorridos no evento e também na sociedade. As mulheres ocuparam o palco do Congresso, com cartazes e faixas, e repudiaram as atitudes de violência de gênero.
As mulheres leram uma declaração política, na qual repudiam o machismo na sociedade e nos espaços do Sindicato Nacional, seções sindicais e universidades, e indicaram a constituição de uma comissão de mulheres para apurar as denúncias de assédio e machismo nos eventos do ANDES-SN. A comissão será formada por duas representantes do Grupo de Trabalho de Política de Classe para Questões Étnico-Raciais, de Gênero, e de Diversidade Sexual (GTPCEGDS) e por três representantes da seção sindical que sedie o evento.
Lélica Lacerda, da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (Adufmat – Seção Sindical do ANDES-SN), é uma das integrantes da comissão instalada no 36º Congresso. “Eu acredito que esse tipo de assédio seja recorrente. Foi um processo que assustou muito a gente, não imaginávamos que ocorreria algo nessas proporções. Foi um assédio generalizado, de vários professores, a várias mulheres e homens. E a gente teve a preocupação de criar um instrumento, que traga, além do repúdio político, uma resposta institucional da organização do Congresso. A gente entendeu que tinha que dar um respaldo para que as monitoras não tivessem que resolver individualmente essa questão. Assim que denunciamos o assédio no microfone, a reação ampliou o assédio, colocando a denúncia das mulheres como questão de exagero ou loucura”, criticou a docente.
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, ressaltou a importância da manifestação das mulheres contra o assédio. “Certamente, essa não foi a primeira vez em que ocorreu um caso de assédio dentro do ANDES-SN, mas foi a primeira vez em que as mulheres, de forma coletiva, têm a coragem de denunciar. É importante que fique marcado, para os homens, que nós não vamos tolerar essa cultura do machismo que existe na sociedade. E que um sindicato classista, que tem no horizonte a superação dessa sociabilidade opressora, não pode ser conivente com práticas machistas”, afirmou.
Confira aqui a carta lida pelas mulheres no 36º Congresso
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Fonte: ANDES-SN