Em pouco mais de um mês, o país registra mais de 250 mortes e quase 7000 casos confirmados por Coronavírus. Nessa sexta-feira, 3, o ES confirmou cinco mortes pela doença. Boletim divulgado confirmava 150 casos da Covid-19, incluindo internados e em isolamento residencial.
“Há uma força-tarefa de pesquisadores em ação e acredito que, em até quatro meses, teremos muita coisa promissora nesta área”, afirma a médica infectologista Tânia Reuter Motta, professora do Departamento de Clínica Médica da Ufes e que chefia a Unidade de Clínica Médica (UCM) do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam).
Ela integra uma rede de profissionais atuantes nas esferas acadêmica e dos serviços de saúde e que estão mobilizados, em um esforço coletivo, buscando soluções para o combate à doença. Tânia afirma que graças ao trabalho dos cientistas brasileiros, o quebra-cabeça da epidemia já começa a ser montado e acredita que pesquisas, publicações e ações integradas, “com certeza, resultarão em soluções no combate ao Coronavírus”.
Ouça ÁUDIO da professora gravado na sexta-feira, 27, quando o país registrou um mês do primeiro caso de Coronavirus.
A chefe da Unidade de Clínica Médica do Hucam informou que o hospital universitário, localizado em Vitória, tem atuado na retaguarda para internação de casos não relacionados ao Covid-19. Com isso, os leitos da unidade estão reservados a pacientes com outras doenças, o que permite liberar os hospitais de referência para o atendimento exclusivo de pessoas infectadas pelo Coronavírus.
Reforço de peso para a saúde pública. Para prever a evolução da pandemia de Coronavírus, todas as armas são úteis, incluindo os modelos matemáticos. Um grupo de pesquisadores da Ufes tem usado números e modelos matemáticos para simular como o vírus se espalha entre os moradores da Grande Vitória.
Segundo o professor Etereldes Gonçalves Júnior, que trabalha no projeto junto com os colegas Fabiano Petronetto do Carmo e Alcebíades Dal Col Júnior, o modelo em desenvolvimento na Ufes, está em fase de teste no bairro Jardim da Penha, em Vitória, mas irá se estender à região metropolitana, onde estão concentrados os casos.
Além do estudo da Ufes, há outros modelos conhecidos mundialmente sendo aplicados. Todos os mapeamentos, explica o pesquisador, visam dar às autoridades sanitárias estimativas sobre a amplitude da crise sanitária e quais as melhores medidas a serem tomadas pelos governantes e autoridades de saúde.
Ouça Áudio com o professor Etereldes
Iniciativas solidárias. A saúde física da população não é a única preocupação. “Diante de um momento tão desafiador, a cada momento surgem dentro da universidade novas iniciativas de apoio ao enfrentamento à pandemia”, diz a professora Leila Massaroni, vice coordenadora do Comitê Operativo de Emergência para o Coronavírus da Ufes (COE-Ufes), que desde 13 de março acompanha a evolução epidemiológica do Covid-19 e discute propostas para atenuar a propagação do vírus na universidade. A página do COE pode ser acessada no endereço eletrônico http://coronavirus.ufes.br/
As ações desenvolvidas envolvem servidores em exercício, aposentados e estudantes. Os professores do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) que integram o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Ciências do Movimento Corporal (Nupem) em carta aberta à comunidade orientam sobre a prática de exercícios físicos em casa no período de isolamento.
Por sua vez, pesquisadores dos Centros Tecnológico e de Ciências Exatas estão produzindo escudos faciais de proteção a serem utilizados por profissionais de saúde. Cem peças já foram feitas nos laboratórios da Ufes, mas a proposta é que cheguem a 150 mil Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Ciclo de Lives. Os desdobramentos da crise sanitária também causam impactos negativos na saúde mental das pessoas. Por isso, o curso de Psicologia (em parceria com estudantes e tutoria do Programa de Educação Tutorial – PET) está oferecendo ciclos de conversas on-line para discutir o tema.
As transmissões ao vivo consistem em vídeos nos quais professores, estudantes e profissionais esclarecem e debatem questões que envolvem a saúde mental em tempos de quarentena. As transmissões ocorrem pelo canal no YouTube do PET do curso. Os interessados devem se inscrever no canal do PETPsi para receber notificações sobre o Ciclo.
Fonte: Adufes