11 de Julho: greve geral mostrou a força dos trabalhadores

 

Milhares de trabalhadores cruzaram os braços no Estado. Vitória foi a única capital no Brasil a parar 100%.  

Motoristas de ônibus, comerciários, professores, metalúrgicos, motoboys, bancários, policiais civis, vigilantes, inúmeras outras categorias engrossaram o coro do dia 11 de julho, que entrou para a história dos trabalhadores brasileiros.

Mesmo quem não foi para as ruas aderiu ao movimento, não indo trabalhar. O comércio, bancos, escolas, e outros serviços fecharam as portas. Os estabelecimentos que insistiam em funcionar, caso de algumas poucas lojas e supermercados no Centro de Vitória, foram convencidos a liberar os trabalhadores.

O que marcou o protesto foram marchas pacíficas saindo de vários pontos e que se juntavam a outras formando um cordão de reivindicações. Logo cedo, a Terceira Ponte (que liga Vitória e Vila Velha), a Segunda Ponte (que liga Vitória e Cariacica) e a Florentino Avidos foram fechadas para o tráfego, dando lugar à passagem apenas às marchas de trabalhadores. 

Os rodoviários aderiram ao protesto e os ônibus não saíram das garagens na Grande Vitória. A coordenação do Dia Nacional de Luta com greves e mobilizações no Estado estima que mais de 6 mil pessoas foram às ruas da Grande Vitória protestar nesse 11 de julho.

Os professores da Ufes deram seu recado. Os docentes da Ufes,  junto com estudantes e  técnico-universitários estiveram nas ruas exibindo faixas e bandeiras de lutas como o fim do fator previdenciário e aumento no valor das aposentadorias, 10% do PIB para a educação e 10% do orçamento da União para a saúde, valorização profissional.  

“Esse dia não termina hoje. Temos muitas lutas pela frente e precisamos estar unidos e fortes”, ressaltou o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto do alto de um dos carros de som estacionado em frente à Assembleia Legislativa, na Enseada do Suá. 

 

 

Representantes de várias entidades reforçaram a necessidade de melhoria na condição dos trabalhadores e na prestação de serviço público nas áreas consideradas essenciais, como saúde, educação, segurança pública, além de infraestrutura. 

Movimentos sociais do campo levantaram bandeiras de luta

O MST e MPA levaram reivindicações históricas por reforma agrária e defesa do campesinato.“Ao contrário do que noticia a grande mídia, os movimentos sociais do campo nunca estiveram fora das ruas”, disse Bruno Pilon, da coordenação estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Além das pautas do campesinato, reivindicações urbanas como a mobilidade urbana e a questão do pedágio da Terceira Ponte também foram levantadas em conjunto pelas entidades que fizeram vigília na Assembleia Legislativa em apoio ao grupo que permanece ocupando o prédio pelo fim do pedágio da Terceira Ponte.

“Está na hora dos capixabas e  motoristas que utilizam a Terceira Ponte se unirem nesta causa. É uma injustiça deixar os jovens reivindicando sozinhos, sofrendo todo tipo de pressão social e psicológica em torno de uma causa que é de todos”, informou o presidente da Força Sindical do Espírito Santo, Alexandro Martins Costa.

Greve vitoriosa 
“O trabalhadores do campo e da cidade construíram uma greve unificada e forte, porque quer um país livre de corrupção, da exploração dos banqueiros e de todas as opressões”, destacou Idelmar Casagrande, diretor do Sindicato dos Bancários/ES, que participou junto com outras entidades de reunião com o governador Renato Casagrande no Palácio Anchieta.

No encontro que aconteceu durante a greve geral, os representantes das centrais sindicais e dos movimentos sociais apresentaram ao executivo e ao judiciário as demandas do movimento.  A pauta de reivindicação unificada contempla mais de 100 itens.  

Veja as fotos da Greve Geral em Vitória.

Fonte: Adufes