O encontro nesta quinta-feira (amanhã) será às 17 horas, na sede da Adufes (campus Goiabeiras Ufes), em Vitória. Participe!
A reunião, convocada em caráter emergencial pela categoria, vai discutir os protestos no ES e as ameaças ao livre pensamento e a própria democracia. Docentes e pesquisadores do Estado lançaram, inclusive, uma petição pública (Abaixo-Assinado) que será entregue ao governador Renato Casagrande. O documento, que já reúne centenas de assinaturas, ressalta os anseios das ruas e condena a atuação violenta da polícia capixaba nas manifestações.
“Esta violência policial, ao contrário do que afirmam – que teria como foco o controle da “destruição do patrimônio (público e privado)” por parte dos protestos -, tem sim incitado os “excessos” e intensificado o medo e a insegurança na população”, dizem os signatários.
E, ainda, lembram: “é inconcebível clamar por pacifismo e reclamar das ações contra o patrimônio público e privado em um contexto social, como o que encontramos no Espírito Santo, marcado pelos mais altos índices de violência contra a mulher e contra a juventude, além de um dos maiores níveis de homicídios do país”.
Monitoramento. Na petição online há, ainda, a transcrição de uma mensagem postada no twitter por um jornalista de uma grande emissora do Estado em que o profissional diz que os docentes estariam incitando à violência e, por isso, sendo monitorados. No comentário, o jornalista diz: “…. já estamos monitorando os professores que incitam e estimulam a violência. Falta pouco!”, relata a publicação.
Surpresos com o que o teor da mensagem no twitter, os professores consideram que a mesma é uma ameaça à liberdade intelectual. “Essa ameaça é uma forma de ilação: querem nos colocar como intelectuais da incitação da violência, quando esta é oriunda de um conjunto de indignações ainda não escutadas e do uso desmedido da força policial por parte do executivo estadual”, lembram os docentes na petição.
Falta de diálogo. Ainda no manifesto, os docentes ressaltam que as ações contra o patrimônio público e privado devem ser avaliadas sob um contexto social. “O Estado deve compreender que as ações que estão ocorrendo nas ruas não são aleatórias”, mas sim a expressão da existência de um pensamento crítico e inconformado com o contexto de violência instalado no Estado.
“Nós, professores, temos como princípio para a educação que praticamos, seja em sala de aula, na condução dos trabalhos de pesquisa e extensão ou na administração das universidades e faculdades, a garantia do diálogo e do livre pensar em um paradigma democrático, plural, inclusivo e não dogmático”, conclui a petição púbica.
Docentes e pesquisadores podem participar do Abaixo Assinado, entrando no site pelo link aqui. O objetivo da petição é colher o máximo possível de assinaturas e denunciar a política do governo que se marca pelo autoritarismo e outras mazelas.
Fonte: Adufes