Denúncia: espionagem na Petrobrás e a submissão do governo Dilma aos Estados Unidos

Os Estados Unidos vigia o mundo. Parece até roteiro de filme hollywoodiano. Mas esse é um caso em que a realidade supera a ficção. No início de junho, o mundo descobriu a existência de um mega sistema de espionagem comandado pela CIA e que é capaz de interceptar qualquer mensagem eletrônica ou telefonema em qualquer parte do mundo.

Apesar de haver suspeitas dessa capacidade do governo norte-americano, nunca havia se comprovado, até o ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA na sigla em inglês), Edward Snowden, de 29 anos, vazar essas informações para imprensa. Segundo o jornal, foram nada menos que 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens bisbilhotadas pelo governo norte-americano só em janeiro, colocando o Brasil como o país mais espionado da América Latina.

O Brasil só perderia em volume de mensagens rastreadas, para países do Oriente Médio, incluindo os que estão ocupados militarmente pelos EUA, como Iraque e Afeganistão, onde ainda existem grandes reservas de petróleo.

ESPIONAGEM NA PETROBRÁS

A apresentação mostra ainda que foi criada uma pasta com o nome da Petrobrás, em função da grande quantidade de informações que a NSA dispõe, o que indica que a estatal está sendo espionada há algum tempo. Os documentos não mostram o conteúdo que teria sido espionado. A espionagem foi feita na rede privada de computadores da Petrobrás, que contém informações sigilosas sobre a estatal, a maior empresa do país, com faturamento anual superior a R$ 281 bilhões.

Líder mundial na exploração de petróleo em águas profundas, a Petrobrás possui dois supercomputadores utilizados para pesquisas sísmicas. Os equipamentos foram usados no mapeamento do pré-sal, por exemplo. A invasão da rede da estatal pode beneficiar empresas americanas interessadas no leilão do pré-sal, maior leilão de petróleo da história do país, que deve ocorrer nos próximos meses. As interceptações ilegais podem colocar os detentores das informações em situação de vantagem nos leilões (Fonte UOL).

A CAÇADA

Agora, Edward Snowden, cidadão estadunidense, é caçado internacionalmente pelo governo do seu próprio país. Se preso, ele pode ser condenado a pena de morte por traição. Mas quem Edward de fato traiu? Sua nação, os Estados Unidos, ou os interesses da burguesia internacional?

A fim de se proteger de retaliações do governo norte-americano Snowden se refugiou primeiro em Hong Kong, na China.  Agora ele está na Rússia. Após 39 dias no aeroporto de Moscou, o governo concedeu a Snowden um visto temporário. Antes disso, o presidente russo, Wladimir Putin, chegou a ironizar ao dizer que Snowden poderia entrar no país caso parasse de “tentar prejudicar nossos parceiros americanos”.

SUBMISSÃO DO GOVERNO

A partir daí o mundo pôde perceber a pressão esmagadora dos EUA sobre países que, teoricamente, seriam “independentes” e até seus inimigos. Mais de vinte países recusaram asilo político a Snowden, incluindo o Brasil, alvo principal das espionagens.

Em mais um episódio vergonhoso de completa submissão aos interesses dos EUA, o governo brasileiro foi um dos países que negou asilo político ao ex-técnico da CIA. O governo Dilma se limitou a emitir um comunicado condenando a agressão, algo como 15 horas após o caso e depois de todos os países da América do Sul. Essa submissão do governo explica porque Dilma continua entregando nosso petróleo para as multinacionais petrolíferas, assim como fazia FHC.

A fim de agradar os EUA, Portugal, Espanha, França e Itália pisotearam todas as convenções internacionais que garantem imunidade a chefes de Estado, chegando a colocar a vida do presidente boliviano em risco. Esses países fecharam seu espaço aéreo a Evo Morales, temendo que Snowden estivesse escondido no avião. Foi só em Viena, na Áustria, que Evo Morales conseguiu pousar. O avião teria sido então vistoriado pelas autoridades austríacas quando estava no solo. O ato foi, na prática, uma agressão do imperialismo à soberania da Bolívia, ao mesmo tempo em que desmascara a condição de subserviência também dos países europeus ao imperialismo norte-americano.

ORGANIZAR OS TRABALHADORES

Isso tudo reforça a necessidade de organização da classe trabalhadora no nosso país e em todo o mundo. A burguesia está altamente organizada, no comando dos governos de todas as nações, mantendo vivo o capitalismo, um sistema que nos explora e afunda na miséria mais e mais pessoas.

Enquanto isso, uma minoria segue acumulando para si todas as riquezas do mundo, gozando de todos os privilégios possíveis e inimagináveis para quem trabalha oito horas por dia e no final do mês restam apenas dívidas feitas para manter certo padrão de vida. Estamos todos escravizados pelo trabalho e uma rotina corrida, sobrevivendo sem tempo, em um sistema corrupto, onde prevalece a desigualdade e a injustiça social.

As lutas que explodem nas ruas do Brasil e por outros países manifesta nosso clamor por liberdade. Apesar disso, não estamos nesse momento convocando os petroleiros a lutarem pelo fim do capitalismo. Estamos aqui fazendo um chamado para lutarmos pelo mínimo, defender a soberania do Brasil.

Precisamos barrar os leilões do petróleo e impedir a privatização da Petrobrás. Precisamos preservar o pouco que sobraram das nossas riquezas, assim diminuímos nossa subserviência e dependência econômica, social e cultural de outros países, como os Estados Unidos.

Dilma já confirmou, no dia 21 de outubro é o leilão do pré-sal, o Campo de Libra, uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Não vamos permitir os leilões. O Petróleo Tem que Ser Nosso! Por uma Petrobrás 100% estatal!

Fonte: Sindpetro AL/SE