Apesar de já ter afirmado, em momentos anteriores, estar disposto a discutir os conceitos propostos no plano de carreira defendido pelo ANDES-SN, o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), Paulo Speller, não apresentou avanços em relação aos encaminhamentos internos ao governo para iniciar a negociação sobre a reestruturação da carreira com o Sindicato Nacional, na reunião com diretores do ANDES-SN realizada na manhã desta quarta-feira (9).
No último encontro, em 18 de setembro na sede do Sindicato Nacional, ficou acertado que o secretário da Sesu apresentaria, nessa reunião de outubro, retorno sobre questão, além de prosseguir o debate em relação a outros pontos da pauta, o que foi novamente prorrogado.
“Temos aqui uma interlocução no sentido de que quando você abre uma discussão conceitual sobre a carreira, você não está abrindo ainda discussão de negociação com o Ministério da Educação, de revisão de carreira, de níveis salariais, etc”, admitiu. Speller reconheceu ser importante discutir conceitualmente a carreira, demanda defendida pelo ANDES-SN em reuniões anteriores, para responder os desafios colocados nas universidades federais.
Ao ser pressionado por uma resposta concreta em relação à atuação da Sesu/MEC para abertura da negociação, Speller se comprometeu a dar uma resposta até dia 8 de novembro, véspera da reunião do Setor das Ifes do ANDES-SN, marcada para 9 e 10 do mesmo mês.
“Temos que ter clareza sobre a disposição de se estabelecer uma agenda do ANDES-SN com a Sesu sobre a carreira”, cobrou a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, que acrescentou: “a greve do ano passado foi suspensa sem o governo negociar sobre os dois pontos, carreira e condições de trabalho, e até o momento nenhum dos dois foi resolvido. Tem essa demanda da categoria que a gente precisa responder”. A presidente do ANDES-SN explicou que a discussão conceitual precede a discussão sobre o orçamento, mas que é preciso ter um horizonte. “Não dá para ficar só discutindo”, disse.
O 1º secretário-geral do ANDES-SN, Márcio de Oliveira, cobrou mais clareza por parte da SESU. “Se nós estamos na fase conceitual, que é fundamental, qual é a projeção que se faz no sentido do futuro? Qual a expectativa que temos, se não é a negociação?”, questionou. Sem apresentar novidades sobre a questão já colocada pelo ANDES-SN em outras reuniões, Speller se restringiu a reafirmar que “a negociação envolve uma formalidade que extrapola a Secretaria de Educação Superior e envolveria uma interlocução no âmbito do Ministério como um todo e outras instâncias da Esplanada”.
A presidente do ANDE-SN falou ainda sobre a reunião do Setor das Ifes, marcada para o início de novembro, e que a ideia é discutir no encontro os encaminhamentos em relação à interlocução com a Sesu. “Esta reunião contribuirá para a definição do plano de lutas para o ano que vem, e é preparatória ao 33º Congresso do ANDES-SN”, afirmou.
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