O movimento reivindica aumento no valor das bolsas, abono no período de férias e a transferência das bolsas de cárater administrativo (PAD) pelas de Estágio, Pesquisa (PIBIC), Extensão (PIBEX) e de Iniciação à Docência (PID e PIBID).
Os estudantes bolsistas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) completam o terceiro dia de paralisação nesta sexta-feira (20). Eles cruzaram os braços em protesto a lógica do sistema que rege a política de bolsa na instituição.
A maior crítica é com o Programa de Aperfeiçoamento Discente, as famosas bolsas PAD, que paga R$ 360,00 por mês para o aluno desempenhar, em quatro horas diárias, funções que seriam exercidas por um servidor técnico-administrativo.
Tapa-buraco. “Até agora já se sabe que são mais de 600 alunos vinculados ao PAD. Eles recebem uma bolsa irrisória e não têm direitos sequer de estagiários, quanto mais trabalhistas”, critica o diretor de Políticas Educacionais do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Lucas Martins.
Além de reajuste nos valores das bolsas ofertadas pelos diversos programas da Ufes, os bolsistas cobram ainda abono para aqueles que são obrigados a trabalhar durante as férias sem auxílio vale-transporte, e a implementação da transição das bolsas PAD para Estágio, PIBIC Iniciação Científica (PIBIC), – Bolsas de Extensão (PIBEX), PID e PIBID (Iniciação à Docência).
Greve em 2010. Paralisação idêntica correu em 2010 e atingiu setores importantes da universidade, caso da reitoria, Pró-reitoria de Graduação (Prograd), biblioteca e Núcleo de Processamento de Dados (NPD). Na época, os estudantes obtiveram a garantia da universidade de que seria feita a transferência das bolsas PAD para bolsas de Pesquisa, Extensão, Iniciação à Docência, Monitoria e Estágio. “Porém, isso não foi cumprido’, ressalta Lucas.
Para o vice-presidente da Adufes, Rafael Teixeira, o movimento dos estudantes é legítimo. “A lógica do sistema que rege a política de bolsas na Ufes precisa ser mudada. O maior volume de bolsas é PAD, contrariando o triplé da universidade que é o Ensino, Pesquisa e Extensão”, ressalta Rafael. Ele lembra, inclusive, que os programas de assistência estudantil da Ufes são insuficientes para garantir a permanência dos alunos na universidade.
“Os bolsistas acabam se submetendo às condições impostas pelo sistema de bolsas, se tornando, inclusive, para muitos como o único meio de ter o mínimo de subsídio para exercer as atividades acadêmicas”, conclui Rafael.
A greve foi definida em Assembleia Geral que ocorreu na última terça-feira (17), às 17 horas, no Hall do prédio da reitoria da Universidade. Cerca de 100 estudantes participaram da plenária.
Leia Carta dos Bolsistas da Ufes
Fonte: Adufes