A edição de dezembro do InformANDES – nº 29 – faz, em seu editorial, um breve resgate sobre a luta empreendida pelo Sindicato Nacional em 2013, e enfatiza o fortalecimento do movimento docente para enfrentar os desafios postos para 2014 (confira o editorial abaixo).
O ano vai terminando entre as fortes chuvas do verão que começa e as comemorações ruidosas das festas de final de ano. Inicia-se, então, um processo de despedida com a expectativa de um novo ano, deseja-se, mais propício, com muitas alegrias e sucessos. A tendência é jogar para frente, deixando para trás o indesejável que passou.
A história não se faz sobre as boas ou más impressões. Ela está, sim, essencialmente voltada para os processos, quer envolvam crises quer não, que indiquem contradições que se traduzam no avanço das forças produtivas e das relações de produção. Podem ser imperceptíveis, mas estão em movimento.
Em 2013, registraram-se acontecimentos que atestam que os movimentos sociais não estão paralisados. Vamos a alguns exemplos. Os esforços dos servidores públicos federais na luta pela pauta de reivindicações, integrados na Cnesf e participando do Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais (SPF); a busca de integração conjunta destes mesmos servidores com outras categorias de trabalhadores, mediados pelas centrais sindicais e participando do Espaço de Unidade de Ação; a luta pela carreira docente, talhada para fazer avançar a universidade pública, configurando o espaço de realização com o ensino, pesquisa e extensão; a luta dos docentes das universidades, em conjunto com os trabalhadores, estudantes e movimentos sociais, contra a Ebserh “Empresa de gerenciamento da saúde brasileira” -, que desmonta os hospitais universitários, sua estrutura educacional para a saúde pública e sua relação de fortalecimento do SUS, colocando-os à mercê os interesses privados; a luta contra o Funpresp – simulacro de fundo de previdência social dos servidores públicos voltado para os interesses mercantis – modelo em crise no mundo, mas de vento em popa se realizando no Brasil; o combate dos professores em diversos estados toma fôlego.
Nas universidades, no Ceará, com forte greve das suas três universidades, na Bahia e no Paraná, em contínua mobilização, que também foi vista em outros estados como São Paulo, Piauí, Pará e Rio de Janeiro, entre outros; o esforço pela rejeição do Acordo Coletivo Especial (ACE) de flexibilização das leis trabalhistas, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT), conseguindo o recuo dos proponentes acuados pela mobilização de trabalhadores de todo o país; a luta nacional pela apuração dos crimes da ditadura civil-militar com a constituição da Comissão da Verdade do ANDES-SN; os esforços na organização e participação no 1º Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) e o 1º Encontro Nacional LGBT da CSP-Conlutas, novos marcos de mobilizações para o avanço da luta de classes; a luta pelos direitos das populações originais, dos quilombolas; o apoio à explosão social da juventude, dos trabalhadores, da população de um modo geral ocorrida a partir de junho colocando a nu o estado de corrupção no país, o distanciamento da autoridade de exerce o poder pela base social real do país, oferecendo um momento auspicioso do vigor da mobilização social; a luta por 10% do PIB para a Educação Pública Já!, que o governo insiste em postergar para as contendas.
Não foi pouco. É preciso registrar na memória, replicando para o conjunto da população essas lutas das quais citamos alguns exemplos.
Para 2014, e para os próximos anos, vamos continuar. O novo não se faz sem o velho. A esperança se constrói com os sucessos e as dificuldades vividas anteriormente. Estamos acumulando para continuar a investir na mudança, na transformação, na qualidade que configure o mundo do trabalho hegemonizado pelos que o fazem, os mesmo que constroem forças produtivas e relação de produção integrada para uma nova configuração social, insistimos, humana e harmonizada com a natureza.
Comemoremos as nossas lutas!
Vamos redobrá-las em 2014!
Fonte : ANDES-SN