Na plenária realizada nessa quinta-feira (24), a categoria decidiu pela intensificação da luta e pelo indicativo de greve, ainda sem data marcada.
A Assembleia Geral, realizada na sede da Adufes, no campus de Goiabeiras/Vitória, foi transmitida ao vivo via canal do Youtube e cerca de 50 pessoas assistiram de forma simultânea a atividade. A aprovação do indicativo de greve é resultado da indignação dos docentes da Ufes com o tratamento desrespeitoso do Governo Federal em relação às demandas da categoria.
A assembleia docente foi marcada por intenso debate e contou, inclusive, com a participação de alunos/as e técnico-admInistrativos/as da Ufes. O resultado da plenária será apresentado na próxima reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFEs) do Andes-SN, em Brasília, neste final de semana (26 e 27 de abril).
“Somente após avaliar os resultados da rodada nacional de assembleias gerais das seções sindicais, é que os representantes das Ifes do Andes-SN poderão aprovar ou não o indicativo de greve nacional”, lembra o presidente da Adufes, Edson Cardoso. Ele aponta que, após o resultado da reunião do setor, serão marcadas novas rodadas de assembleias com os professores/as. A previsão é que a próxima plenária dos professores/as da Ufes ocorra ainda na primeira quinzena de maio.
Professores/as destacam necessidade de ampliar mobilização. Durante a atividade, os/as docentes/as deixaram claro que é preciso intensificar o enfrentamento à política imposta pelo governo federal, que é de corrosão dos salários, precarização das condições de trabalho e que vem ocasionando, cada vez mais, no adoecimento docente.
Em reunião com representantes do Andes-SN na quarta-feira (23), o Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) Paulo Speller, formalizou acordo em relação aos três primeiros pontos conceituais da reestruturação da carreira docente, que foram propostos pelo Sindicato Nacional. “O governo quer ganhar tempo, precisamos manter a mobilização da categoria e aprovarmos de forma nacional a construção de uma greve”, disse o Tesoureiro Geral da Adufes, André Michelato. O diretor apresentou na plenária o documento assinado entre o Sisu/Mec e a presidente do Andes-SN, Marinalva Oliveira.
André explicou que os itens da pauta de reivindicações aprovada no 33º Congresso e já protocolada junto ao MEC foram indicados pelo setor das Ifes, por entender que a reestruturação da carreira está diretamente ligada à valorização salarial.
“Neste sentido, as definições conceituais são importantes para iniciar o processo de estruturação da carreira. O documento assinado necessariamente não significa uma efetivação material, ou seja, se traduz em salário de forma imediata. Por outro lado, significa que o governo reconhece que na nova carreira, os termos, que constituem princípios, como a necessidade de estruturação em degraus constantes desde o início até o final do plano de carreira e percentuais definidos para a valorização de cada uma das titulações, não foram considerados”, detalhou o diretor do sindicato.
Votos. Ao todo, participaram da plenária 52 professores, sendo que 23 votaram favoráveis ao indicativo de greve e 18 contra.
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Fonte: Adufes