“Por uma sociedade sem manicômios” é o lema do Movimento da Luta Antimanicomial pela Reforma Psiquiátrica Brasileira.
No dia 18 de maio de 2014 (domingo), o Fórum Capixaba em Defesa da Saúde, que congrega várias entidades populares e sindicais, entre elas a Adufes, dará apoio ao movimento da Luta Antimanicomial, que realizará atividades na Praia de Camburi, em Vitória. Uma tenda será montada na praia – em frente Hotel e Restaurante Portomare -, entre as 8 e às 12 horas. Profissionais da área e saúde, usuários, familiares e integrantes do Movimento contra o modelo de atenção hospitalocêntrica vão à rua para lembrar os avanços e desafios da Reforma Psiquiátrica.
A reforma pretende desde sua criação, na década de 80, modificar o sistema de tratamento clínico da doença mental, eliminando gradualmente a internação como forma de exclusão social. “Lutamos contra a política do Governo do Estado do Espírito Santo, baseada nas internações compulsórias/involuntárias e ampliação de recursos para comunidades terapêuticas, por meio da Rede Abraço”, aponta José Anésio Fernandes, integrante do Fórum Capixaba de Saúde Pública. De acordo com ele, a atividade pretende marcar as conquistas do movimento e sensibilizar a sociedade para luta Antimanicomial.
As entidades que compõem o movimento contra o modelo de internação manicomial denunciam os maus tratos, mortes em instituições asilares ainda em funcionamento no Espírito Santo. Esse é o caso da Clínica Santa Isabel, em Cachoeiro de Itapemirim, e o HEAC (antigo Hospital Adalto Botelho, em Cariacica).
Programação. Entre as atividades programadas estão a realização de rodas de conversas sobre a Luta Antimanicomial, apresentações culturais e artesanais, oficinas e distribuição de material informativo sobre a pauta Estadual e Nacional.
Pauta. O movimento é contra as privatizações que tem sucateado o Sistema Único de Saúde (SUS) e qualquer tipo de internação compulsória ou involuntária de longo prazo.O grupo quer o fechamento imediato da Clínica de Repouso Santa Isabel, em Cachoeiro de Itapemirim e também do HEAC. O grupo repudia as tentativas governamentais de humanização dos manicômios, que mascaram todo o sofrimento e maus tratos existentes nessas instituições.
“Entendemos a loucura enquanto um modo de existência singular e potente, uma forma de vida que como outra qualquer não pode ser excluída, tutelada e desqualificada”, defendeu José Anésio.
O grupo reivindica o tratamento de usuário de drogas pautados na política de Redução de Danos, com o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e destinação de verbas para os serviços de residências terapêuticas, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) I, II, III, AD, Infantil e também a abertura de leitos Psiquiátricos em hospitais gerais.
Fonte: Adufes