A greve dos trabalhadores técnico-administrativos em Educação na Ufes foi suspensa, após quase 100 dias de paralisação forte e que teve conquistas, apesar de ter sido judicializada pelo governo Dilma. “Governo esse que mente ao dizer que não tem dinheiro, pois negociou com outra categoria, como aconteceu com a Polícia Federal”, lembra a diretoria do Sindicato da categoria (Sintufes) no site da entidade.
A suspensão foi oficializada na assembleia da categoria, realizada na terça-feira, 24, na sede do Sintufes, no campus da Ufes de Goiabeiras, em Vitória. “Por outro lado, a assembleia mostrou como foi forte a luta, iniciada no dia 17 de março, e também foi ratificada a importância de se atentar para a pauta interna, como a jornada de trabalho”, diz o coordenador geral do Sintufes, José Magesk. Com a decisão do STJ, os trabalhadores já retomaram as s atividades em todos os campi.
O retorno ao trabalho atende à determinação de uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acatou uma ação da Advocacia Geral da União (AGU). A liminar foi considerada “leviana”. “Não tem uma fundamentação coesa jurídica para impedir que a greve a continua. O que percebo é a tentativa de impedir o livre direito à greve dos trabalhadores. Nacionalmente, estamos articulando uma ação para questionar essa decisão leviana. Recursos de embargo e agravo regimental são dois instrumentos que deveremos usar”, argumentou a advogada do Sintufes, Luna Ramacciotti.
Multa diária de R$ 200 mil. No dia 17 de junho, o portal do MEC divulgou a informação sobre a decisão do STJ.“Os relatores das ações de dissídio de greve, os ministros Napoleão Nunes Maia Filho e Benedito Gonçalves determinaram, a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que os sindicatos representantes das categorias se abstenham de realizar qualquer paralisação de atividades em todo o território nacional. Nas decisões, os ministros proibiram também a realização de bloqueios ou empecilhos à movimentação de pessoas nas instituições de ensino, sejam servidores, autoridades ou usuários. Em caso de descumprimento das ordens judiciais, as entidades sindicais terão que pagar multa diária de R$ 200 mil”, informou o site do Ministério da Educação.
Denúncia na OIT. Além do recurso contra a decisão do STJ, a Fasubra vai formalizar uma denúncia junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT). No documento a Federação vai denunciar as ações antissindicais e antidemocráticas protagonizadas pelo Governo Federal, que desrespeita o direito à negociação e criminaliza a prática de greve.
Greve forte e luta que segue. A greve foi suspensa e pode retornar, caso a assessoria Jurídica da Fasubra reverta a decisão do STJ. Porém, ainda que a decisão não seja revertida é preciso reconhecer que a categoria fez uma greve forte e que teve conquistas. “Primeiramente precisamos reconhecer e parabenizar uma das vitórias que tivemos nessa greve que foi esse grupo novo que se juntou ao movimento e já mostra disposição para novos enfrentamentos contra o governo federal. É um ativo que construímos que nos vai dar força dobrada também para nossa luta em favor da nossa pauta interna, sobretudo na nossa luta pela jornada de três turnos”, avaliou o coordenador do Sintufes.
Outro ponto importante do movimento apontado por José Magesk foi que a greve mais uma vez ratificou as mentiras do governo Dilma e sua falta de compromisso com a educação e com a saúde públicas. “O governo dizia que não tinha dinheiro, mas depois acatou as reivindicações da Polícia Federal, que indicaram que fariam greve logo antes da Copa. Isso mostra, mais uma vez, a falta de comprometimento deste governo com a saúde pública dos hospitais universitários, pois a Ebserh segue sua expansão sem resolver os problemas dos HUs. E também com a educação pública, no âmbito federal, pois a greve do Sinasefe também foi judicializada”, pontuou.
Comissões. Duas comissões já vêm tratando de questões pontuais dos trabalhadores junto à Ebserh e à Reitoria. Ambas tem integrantes da categoria e das respectivas administrações. A última reunião com a reitoria foi nessa terça-feira, 24, logo após a assembleia. Os pontos debatidos devem ser definidos na próxima terça-feira, 1º, .Já a comissão que discute os problemas junto à Ebserh fez sua última reunião no dia 20 de junho, no Hucam. De acordo com os representantes da categoria, houve avanços nas últimas discussões das duas comissões.
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Fonte: Adufes (com informações site Sintufes)