Manifestantes pedem fim aos manicômios e a privatização da saúde pública

A concentração do Ato Público aconteceu no Terminal de Itacibá, em Cariacica, por volta das 14 horas e, os manifestantes seguiram rumo ao Heac (antigo Hospital Adalto Botelho) -, atual Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Moxuara, localizado no mesmo município. Na ocasião, por meio de um repertório musical irreverente, o Bloco que Loucura apresentou a pauta da luta antimanicomial, chamando a atenção de todos/as.

“Bloco antimanicomial Que loucura é uma arma musical a serviço do povo capixaba. Uma arma para quem ta na luta por saúde de qualidade e contra a privatização da vida”, explicou aos usuários do Terminal de Itacibá, o integrante do Fórum Capixaba em Defesa da Saúde Pública José Anezio Fernandes. Os manifestantes que cantaram e dançaram, também fizeram panfletagem. “A juventude está certa, temos que nos unir para lutar contra a superlotação dos hospitais, merecemos respeito”, disse o carpinteiro Carlos José Silva, que esperava na fila do ônibus.

Fim dos manicômios. Após a passagem pelo Terminal, o grupo seguiu de ônibus, batucando e cantando até ao Heac, onde estava sendo realizada uma atividade cultural pelo o governo do estado. Na ocasião, os integrantes do Bloco que Loucura lembraram que o Adauto Botelho passou a ser chamado de Heac apenas para passar a ideia de que o manicômio teria sido extinto e, no lugar, surgido um novo tipo de serviço.

“O Heac deveria ter passado por processo de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos, mas na prática isso ainda não aconteceu. As redes de apoio são quase inexistentes e ainda persiste a cultura da internação, excluir ao invés de tratar”, criticaram.

Condições de trabalho. De acordo com uma funcionária do Heac que não quis se identificar, os profissionais trabalham em precárias condições de trabalho e da estrutura física, que hoje conta com 50 internos.  “Há muitos equipamento quebrados e sem manutenção, espaços abandonados ou pouco aproveitados”, lembrou. Para ela, a tercerização da saúde pública também tem afetado a continuidade dos trabalhos desenvolvidos no Heac.

“O que vimos logo é a queda na qualidade daqueles serviços que antes era incumbência do estado ou da prefeitura, e passou a ser cuidado por uma prestadora de serviços. Assim, colocando em risco a continuidade de muitas atividades”, lamentou.

Fonte: Adufes