Os assaltos no campus de Goiabeiras, em Vitória,são freqüentes. O mais recente ocorreu na porta da Adufes, no horário de saída dos funcionários
A rotina de violência continua rondando os campi da universidade federal do Espírito Santo. Na última terça-feira, às 18h40, a auxiliar administrativa do sindicato dos professores (Adufes), Arianna do Nascimento, 28 anos, foi rendida por dois homens armados que estavam de bicicleta. Era final do expediente e Ariana esperava, sentada na escada do sindicato, a chegada do marido.
“Eles apareceram de repente, apontaram a arma para minha cabeça e ameaçaram me matar caso reagisse ou gritasse”, conta assustada. O prédio do sindicato dos professores fica dentro do campus de Goiabeiras, a cerca de 200 metros da guarita de entrada (portão norte) da universidade que, normalmente, conta com vigilantes.
Ariana garante que os criminosos queriam dinheiro, mas fugiram apenas com o seu celular. “Foi desesperador. Eles me ameaçaram o tempo todo, achei que fossem me matar”, diz. Minutos depois do assalto, Ariana encontrou com outra vítima da mesma dupla. “Era uma estudante e ela disse que havia sido rendida em frente ao prédio da Rádio Universitária”.
Na mesma noite, teriam ocorrido mais assaltos. Relatos de roubos e arrombamentos de veículos, assaltos à mão armada, tráfico de drogas e outros crimes de diferentes graus de ofensividade, infelizmente, se tornaram comuns na Universidade Federal do Espírito Santo.
“A sensação de insegurança é grande. Estamos à mercê dos assaltantes e o foco dado pela segurança patrimonial não são as pessoas”, critica o presidente da Adufes, Edson Cardoso. Ainda, segundo Edson, o sindicato tem cobrado da reitoria que haja um melhor planejamento do esquema de segurança. “ É um problema antigo e que precisa ser resolvido de forma urgente”.
“Nunca ande sozinho”. É comum ouvir pelos corredores da universidade esse tipo de recomendação, principalmente entre aqueles que estudam ou trabalham no período noturno. “No dia seguinte ao assalto, encontrei vários alunos no ponto de ônibus (av. Fernando Ferrari) e eles falavam sobre o medo de circular sozinhos pelo campus”,comenta a funcionária Ariana.
A facilidade de entrada, a iluminação precária, poucos vigilantes fazendo ronda são alguns dos fatores que compõem a extensa lista de problemas que tem deixado estudantes, professores e técnico administrativos reféns da violência. A comunidade acadêmica vem exigindo da reitoria a criação de um Conselho de Segurança para a universidade, mas nenhuma medida de fato aconteceu.
Esta semana, a administração divulgou no site a ampliação da rede de iluminação do campus de Goiabeiras. A iniciativa, no entanto, só contempla poucos espaços, favorecendo assim a criminalidade. Além disso, as cancelas de acesso de veículos ao campus continuam escancaradas, sem nenhum tipo de controle.
Fonte: Adufes