Entidades vão às ruas alertar sobre os riscos dos agrotóxicos

Nesta quarta-feira, 3, data que marca o dia internacional de luta contra os venenos agrícolasa Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida junto com vários parceiros, entre eles a Adufes, promove panfletagens no campus de Goiabeiras/Ufes para exigir comida sem veneno na mesa dos brasileiros. A atividade, que será realizada em outros pontos da Grande Vitória e interior do Estado, apresenta como alternativa um modelo de produção de alimentos baseado na agroecologia.

“É fundamental que o governo adote políticas  progressistas para o campo, que defenda a saúde da população e da agricultura familiar, responsável pela produção de 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa”, destaca o diretor da Adufes, André Michelato. Desde 2008 que o Brasil, segundo André, se consagrou como o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Desde então, mais de um bilhão de toneladas desses insumos são despejados nas lavouras brasileiras. “E quem paga essa conta somos nós. Os venenos têm isenção de impostos e prejudicam a saúde”.

No panfleto, confeccionado pelos movimentos, há uma série de alertas. Um deles chama atenção da população sobre a pulverização aérea de agrotóxicos. “Em 2013, um aviãofrente Panfleto agortxico mata despejou agrotóxicos sobre uma escola em Rio Verde (GO). Mais de 100 pessoas foram intoxicadas, a maioria criança”, lembra o informativo.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o principal destino de agrotóxicos proibidos no exterior. Dez variedades vendidas livremente aos agricultores não circulam na União Europeia e Estados Unidos

03 de dezembro –  30 anos da explosão da fábrica de agrotóxicos da Caribe Union, na Índia
Bophal, Índia. Madrugada do dia 3 de dezembro de 1984. Em uma zona densamente povoada, de 27 a 40 toneladas dos gases tóxicos metil isocianato e hidrocianeto, químicos utilizados na elaboração de um praguicida da Corporación Union Carbide, vazam e se dissipam pela cidade,  quando os seis sistemas de segurança não funcionam.

Trinta mil pessoas, oito mil nos três primeiros dias, morreram devido ao acidente e, ainda hoje, estimativas indicam que 150 mil sofrem de doenças crônico-degenerativas causadas pela exposição aos gases letais.A Union Carbide, posteriormente adquirida pela Dow Química, ainda se nega a fornecer informações detalhadas sobre a natureza dos contaminantes, dificultando que o tratamento médico adequado fosse dado aos indivíduos expostos. A região nunca foi descontaminada e até hoje representa um perigo à população.O desastre químico foi considerado o pior da história e a data foi estabelecida pela Pesticide Action Network (PAN) como o dia internacional do não uso de agrotóxicos. A Dow é hoje uma das seis gigantes do mercado de venenos e sementes transgênicas, e em 2012 faturou U$ 60 bilhões.

Fonte: Adufes (com informações da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida)