A sede da revista de humor político francesa Charlie Hebdo, veículo de comunicação de extrema-esquerda, foi atacada na quarta-feira (7) em Paris, na França, deixando 12 pessoas mortas e cinco feridas. Atiradores mascarados invadiram o escritório da redação e dispararam contra os funcionários da revista e policiais que passavam no local no momento do ataque.
Segundo a encarregada de Imprensa e Divulgação do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, o ataque é um atentado aos direitos humanos. “O crime em Paris causou uma comoção internacional, pois é mais um ataque à liberdade de imprensa e de expressão, uma demonstração bárbara de intolerância às discordâncias e críticas. Este crime precisa ser apurado e punido. No entanto, é necessário cuidado nas avaliações para que este episódio não impulsione ainda mais a onda xenófoba e reacionária que ganha força nos países europeus”, afirmou.
Entre as vítimas estavam o diretor de redação do Stephane Charbonnier, mais conhecido por Charb, e os cartunistas Georges Wolinski e Jean Cabut, considerados mestres da charge e parte da geração original da revista ainda na década de 60.
Sátira
A revista semanal Charlie Hebdo ficou mundialmente conhecida por republicar charges cômicas retratando a extrema-direita crescente na Europa, especialmente a Frente Nacional. O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi também objeto frequente dos desenhos de Charb, a quem dedicou vários livros de ilustrações. Outro alvo da revista é o islamismo.
Em 2011, a revista chegou a sofrer um ataque com uma bomba incendiária em 2011 em retaliação à publicação de cartuns ironizando o profeta Maomé, conforme os preceitos da fé islâmica, o profeta não pode ser retratado. Por causa do ataque e das ameaças nos últimos tempos, a revista mudou de endereço e há anos tinha segurança da polícia de Paris.
*Com informações da Boitempo e BBC