Estudantes bolsistas da Ufes entram em greve a partir de amanhã, sexta-feira

Em Assembleia Geral os/as estudantes bolsistas e cotistas da Ufes, realizada na manhã de hoje, quinta-feira, no Pátio da reitoria, aprovaram a deflagração de greve até que sejam depositados os valores referentes ao Programa Integrado de Bolsas (PIB) e assistência estudantil.

Os/as estudantes bolsistas paralisarão suas atividades na Ufes, a partir de manhã, sexta-feira, sobretudo nos locais onde desempenham atividades administrativas, como reitoria, Pró-reitoria de Graduação (Prograd), biblioteca e Núcleo de Processamento de Dados (NPD). A greve foi deflagrada em Assembleia Geral dos/as Estudantes Bolsistas e Cotistas organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) hoje (09), tendo como principais reivindicações o pagamento das bolsas da assistência estudantil, Programa Integrado de Bolsas a efetivação da política de assistência. Nesta sexta (10), serão realizadas duas novas assembleias: às 12 horas, em frente ao Restaurante Universitário e outra às 17h30, no Pátio da Reitoria.

De acordo com a diretora de Cultura do DCE, Nunah Alle, um dos principais motivos para a deflagração da greve dos/as estudantes foi o fato de a universidade não priorizar o pagamento das bolsas da Assistência Estudantil.  “Universidades como a UFMG deixaram de pagar água/luz e priorizaram o pagamento das bolsas, pois entendem que muitos estudantes cotistas e de baixa renda serão maciçamente afetados. Na Ufes, é o contrário, não existe essa preocupação. Enquanto as bolsas do PID e da assistência estudantil não forem depositadas, permaneceremos com nossas atividades paralisadas”, defende a estudante.

Promessa. No início do período, o Reitor Reinaldo Centoducatte afirmou na imprensa que a diminuição no repasse de verbas do Governo para a Educação em 33% não prejudicaria os serviços essenciais da Universidade. “Estamos vivenciando na prática outra realidade”, diz uma estudante. O reitor também informou durante a assembleia, que conseguiu a liberação dos recursos para o pagamento das bolsas de assistência estudantil e do PIB, mas os/as discentes preferem permanecer em estado de greve até que os valores sejam efetivamente depositados.

Estudantes negras e negros são mais afetados com o atraso nas bolsas. Para a diretora Igualdade Racial do DCE, Mirt´s Sants e integrante do Coletivo Negrada, os/as estudantes cotistas dependem das bolsas da assistência para permanência na universidade. “Relatam ficar sem comer, outros sem pagar o aluguel e até mesmo sem ter dinheiro para chegar à Universidade”, explica. Segundo ela, as bolsas precisam ser reajustadas, para que possam garantir de forma efetiva a permanência dos/as estudantes cotistas.

Também faz parte da pauta dos/as discentes da Ufes a exoneração do professor Manoel Luiz Malaguti, acusado de racismo. “A sociedade quer uma resposta do caso Malaguti, pois é preciso estirpar o racismo. Mas, opostamente, à Ufes se torna cada vez mais conivente com o racismo institucional”, aponta Mirt´s.

Fonte: Adufes