Indicativo de greve será discutido em assembleia no dia 14 de maio

A plenária será na sede da Adufes, em horário ainda a ser definido e divulgado. Conselho de representantes dos centros de ensino na Adufes se reúne amanhã (quinta-feira), 30, às 14 horas, para definir atividades para dialogar com professores/as nos campi da Ufes.

Além de discutir o indicativo de greve, os docentes vão decidir na Assembleia Geral de 14/05 se vão aderir ao Dia Nacional de Paralisação para derrubar o PL 4330 e as MPs 664 e 665.  A paralisação nacional de 24 horas está marcada para 29/05 e está sendo organizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais do campo e da cidade. Já o indicativo de greve dos docentes foi aprovado no último final de semana em reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do ANDES-SN, e tem previsão de início no período entre 25 e 29 de maio. Os professores da Ufes definem, em 14/05, se seguem ou rejeitam a decisão da representação nacional.

Amanhã, quinta-feira (30), às 14 horas, haverá reunião da diretoria e do Conselho de Representantes da Adufes para definir atividades de mobilização visando envolver a categoria na discussão da Campanha Salarial e dos projetos do governo que prejudicam os trabalhadores brasileiros.  Esse é o caso do PL 4330 que possibilita a terceirização de atividades-fim, inclusive abre brechas no setor público, além das medidas (MP 664 e 665) que retiram direitos dos/as trabalhadores/as como o acesso seguro-desemprego e a pensão por morte.

Mobilização local. Na manhã dessa terça-feira (28), os/as professores/as presentes na plenária da Adufes deliberaram que o trabalho de mobilização deverá ser feito em todos os centros e departamentos da universidade. Eles ainda elegeram o dia 13/05 (um dia antes da próxima Assembleia Geral da categoria) como Dia D para intensificar as visitas às unidades. O objetivo da ação será de sensibilizar os/as docentes da Ufes sobre a gravidade do PL 4330 e, ainda, da recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou constitucional a Lei 9637/98 que permite o setor público contratar Organização Social (OS) para diferentes setores do serviço público.

“O desdobramento dessa decisão para nossa carreira é o pior possível”, ressaltou o presidente da Adufes, Edson Cardoso, lembrando que a mesma lei já vem sendo aplicada no SUS e com impactos negativos dos serviços à população.  A contratação via OS, ressaltou Edson, implicará no fim progressivo dos concursos públicos e do RJU (Regime Jurídico Único). “O que coloca as carreiras do serviço público, incluindo a carreira docente, em regime de extinção”, disse.

O diretor da Adufes, Rafael Vieira Teixeira, também criticou a decisão do STF e o PL que regulamenta e amplia a terceirização de mão-de-obra no país. Ele lembrou que, embora as autarquias federais tenham sido retiradas do rol de empresas e entidades que poderão contratar mão-de- obra terceirizada para as chamadas “atividades-fim”, os professores não estão isentos do impacto da medida.

Precarização. “Aqui mesmo na Ufes temos exemplos da perversidade da terceirização. São recorrentes os casos de trabalhadores terceirizados com salários e benefícios atrasados, num círculo vicioso da precarização”, criticou Rafael. Ele lembrou, inclusive, que tudo isso ocorre dentro de um ambiente acadêmico, onde se produz ciência e pesquisa e onde se prepara novas gerações de profissionais de todas as áreas.

Durante a plenária, vários professores também usaram o microfone para se manifestar contra o modelo de precarização das relações de trabalho imposto pela terceirização e pelas organizações sociais que, grosso modo, é a versão terceirizada no serviço público.“Estamos diante de uma situação grave e parece que existe uma dificuldade dos nossos colegas em entender o que está acontecendo”, disse uma docente. Na avaliação de todos é urgente conscientizar e mobilizar os demais companheiros/as quanto aos prejuízos das medidas. Daí a importância das visitas aos locais de trabalho dos docentes por equipes compostas por diretores da Adufes, Conselheiros e professores da base.

Campanha Salarial. A secretária geral da Adufes, Cenira Andrade de Oliveira, esteve em Brasília no último final de semana (25 e 26/04) representando a categoria na reunião do Setor das Ifes.  Durante os informes, Cenira passou aos/as demais professores/as um breve balanço do encontro do Andes e a mobilização em outras universidades. Leia aqui o relatório da reunião Setor das Ifes

“A próxima reunião do Fórum dos Servidores Públicos Federais (da qual o Andes faz parte), com o governo será dia 14/05. Até o momento não houve avanço nas negociações, ou seja, sem nenhuma resposta à nossa pauta de reivindicações”, esclareceu Cenira. Ela lembrou que o setor aprovou o indicativo de greve para o final de maio, porém caberá à base de cada sindicato a palavra final sobre a deflagração do movimento. 

Corte de verbas. Outro ponto amplamente discutido na plenária da Adufes foi os cortes de recursos na Educação e, em paralelo, o agravamento da precarização das condições de trabalho na Ufes.  Vários docentes lembraram em suas falas que a universidade vem atrasando pagamento dos trabalhadores terceirizados e cortado verbas de diárias e passagens para participação em eventos. 

Conad Extraordinário. Durante a Assembleia, os docentes também debateram a participação do sindicato no 7º Conselho do ANDES-SN (Conad) Extraordinário, que será realizado em Brasília, em 2 e 3 de maio, com otema Contribuições do ANDES-SN para o 2º Congresso da CSP-Conlutas.Para representar a Adufes no Conad, a plenária aprovou a indicação do vice-presidente Rafael Vieira Teixeira, como delegado; como observadores foram eleitos os professores José da Rocha Pinto, Marison Luiz Soares e Raphael Góes Furtado.

Veja galeria de fotos da AGE

Fonte: Adufes