Mais de 150 representantes de entidades nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF) se reuniram neste domingo (28) para discutir a conjuntura e avaliar a proposta apresentada pelo governo federal de reajuste parcelado, até 2019.
A proposta, feita pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/Mpog) Sérgio Mendonça na última quinta-feira (25) veja aqui, foi rechaçada por unanimidade pelas entidades presentes na Reunião Ampliada do Fórum dos SPF. A assinatura de um acordo plurianual foi considerada inaceitável e vista como um confisco no salário dos servidores federais.
“O que está em curso é uma política para atender os interesses do Capital, dos bancos, do FMI, dos credores. E o que o governo está querendo, ao firmar um acordo de quatro anos, é que assinemos um acordo de submissão dos Servidores Públicos Federais à política do Capital. Querem que as entidades firmem acordo de confisco salarial para atender aos interesses dos bancos. Com um acordo assim vamos ser enquadrados como base de apoio à política de ajuste fiscal. E isso é inaceitável”, disse o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, em sua intervenção na reunião, durante a análise de conjuntura.
A necessidade de fortalecimento das greves em curso e extensão das greves para as demais categorias do funcionalismo, na perspectiva de construção de uma greve unitária do serviço público, apontando a construção da greve geral, foram apontadas como resposta aos ataques do governo aos trabalhadores. Para isso, as entidades decidiram pela instalação do Comando de Mobilização e Greve dos SPF, em Brasília, a partir desta segunda-feira (29).
Dentre os encaminhamentos aprovados ainda estão o rechaço à proposta do governo, o fortalecimento e participação na Caravana da Educação Federal, em Brasília, no dia 7 de julho, a realização de um ato político na mesma data em frente ao MPOG, durante a próxima reunião com a SRT/Mpog e também nos estados em vigília a reunião com o governo, a realização de audiência pública no Senado e na Câmara dos Deputados para debater as negociações dos SPF e as condições de trabalho no serviço público, a elaboração de materiais conjuntos do Fórum e a realização de uma caravana à Brasília, na segunda quinzena de julho.
“A reunião foi extremamente positiva porque ela se baseia num consenso de rejeição à proposta que o secretário Sergio Mendonça [SRT/Mpog] apresentou, numa caracterização comum de que é inaceitável fazer acordo por quatro anos e a disposição de todas as entidades de fortalecer o movimento e apoiar e fortalecer as greves existentes e de deflagrações de novas greves, que já estão com indicativo a partir de julho”, avaliou Paulo Rizzo.
Em relação aos encaminhamentos, o presidente do ANDES-SN destacou a instalação do Comando dos SPF “para aprofundar a unidade entre os servidores, produzir materiais de divulgação conjuntos, intensificar as mobilizações”.
“Há a compreensão de que os servidores em greve agora em julho podem conseguir reverter a proposta que o governo apresentou, mas o conjunto dos ataques precisa de uma resposta da classe trabalhadora como um todo e por isso, as entidades do Fórum se somam à centrais sindicais no processo de construção da greve geral no Brasil”, completou Rizzo.
Fórum dos SPF aprova moção de repúdio ao governo do DF
As entidades representantes do Fórum dos SPF aprovaram também uma moção de repúdio ao governo do Distrito Federal pela violenta repressão ao movimento Resistência Popular e a prisão de quatro lutadores no último dia 18 e de solidariedade aos movimentos de luta por moradia.