ANDES-SN tem primeira Seção Sindical formada por tutores do EAD

Docentes tutores, contratados pelaFundação Cecierj / Consórcio Cederj (Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), que atuam em diferentes instituições federais no estado fluminense, constituíram a primeira seção sindical do ANDES-SN que representa professores que atuam na modalidade de ensino à distância (EAD). O processo de sindicalização, primeiramente à Regional do Rio de Janeiro do ANDES-SN, iniciado ao longo do mês de junho, foi formalizado no dia 24 de julho, data de realização da assembleia de tutores que deliberou pela criação da nova seção sindical do Sindicato Nacional.

Luis Eduardo Acosta, 1º vice-presidente da Regional do Rio de Janeiro, explicou que a demanda pela formação da seção sindical de tutores foi motivada pela precarização acentuada da condição de trabalho desses docentes. “Estes professores são os mais precarizados, resultado da política de expansão das universidades neste último período. Eles não recebem salário, mas uma bolsa. Portanto, não têm nenhum benefício trabalhista! Agora, nem sequer têm recebido o pagamento da bolsa em dia. Então, começaram a se mobilizar em defesa do recebimento da remuneração e dos benefícios trabalhistas (por exemplo, afastamento por doença), e, logo, eles tomaram a iniciativa, junto com professores da seção sindical da UniRio, de solicitar uma audiência pública na Alerj [Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro], onde colocaram todos os problemas das condições de trabalho. Após acompanhar o processo e participar também da audiência pública, nós, da Regional, conversamos com alguns dos professores para fazer uma reunião com objetivo de pensar na organização sindical deles”, contou.

Diante da demanda, os docentes da Regional Rio apresentaram a reivindicação no último Congresso do Andes-SN assim como no Seminário Nacional sobre Estrutura Organizativa do Sindicato Nacional, realizado no final de 2014. A partir de então, o ANDES-SN aprofundou o debate acerca da precarização implementada pela política de Educação à Distância (EAD) e viabilizou os trâmites legais para a consolidação da nova seção sindical – passo importante no processo de organização das lutas docente no país.

Acosta explicou também que a constituição de futuras seções sindicais, representativas de docentes da modalidade de ensino a distância, deve ser analisada separadamente. “Se há alguma organização nos moldes do Consórcio do Rio o caminho pode ser o mesmo que a gente seguiu. Em nível federal existe a Universidade Aberta do Brasil. Neste caso, o caminho pode ser outro. Temos que criar formas de organização para poder dar conta desta nova situação da precarização docente. Esta é uma nova situação do ‘mundo do trabalho’, imposta atualmente pelo capital, com a qual os sindicatos unitários e classistas tem que trabalhar’, finalizou.

Os tutores, que fazem parte da nova seção sindical, trabalham nos 32 diferentes polos do estado do Rio de Janeiro, que contemplam diversas universidades e institutos federais e estaduais, como Centro Federal de Educação Tecnológica do  Rio de Janeiro (Cefete/Rj), Instituto Federal Fluminense (IFF), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Nesta sexta-feira (24), esses docentes, em Assembleia Geral, irão eleger delegados para o 60º CONAD.


Foto: Bruno MarinoniAdunirio

Fonte: ANDES-SN