A Ufes vai às urnas. Qual universidade queremos?

A comunidade acadêmica terá a oportunidade de dizer amanhã, terça-feira (22/09) -, que será da Ufes nos próximos 4 anos. O/a eleitor/a poderá ir às urnas das 7 às 21 horas.

 

A responsabilidade, no entanto, na escolha de Reitor (a) e Vice-Reitor(a)  para o quadriênio 2016-2020 vai além de votar. É preciso escolher alguém que leve em consideração, por exemplo, o contexto atual de cortes de verbas e que possa administrar a universidade respeitando as demandas da comunidade acadêmica.

“Queremos um/a gestor/a que esteja aberto/a às questões locais e que se posicione na defesa da universidade pública. Alguém que não diga ‘amém’ ao corte de verbas efetuado pelo MEC, garantindo o princípio da autonomia da instituição”,  observa o diretor da Adufes, André Michelato. Para ele, na conjuntura de ajuste fiscal a administração universitária deve ser transparente. Além disso, é necessário ser combativa e lutar por mais recursos.

 

A defesa do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes) e da Adufes é pela universidade pública, gratuita, autônoma, democrática, de qualidade e socialmente referenciada. “Queremos uma universidade que interaja com toda a sociedade, pautada no desenvolvimento indissociável da extensão, da pesquisa e do ensino. E, ainda, que forme sujeitos comprometidos com as questões sociais”, defende Renata Couto Moreira, diretora da Adufes. A professora destaca que a próxima administração central deve considerar também a centralidade do projeto de carreira docente e as condições de trabalho defendidas pelo Andes-SN.

 

Reuni. Implantado em 2007, o Reuni é um exemplo da ausência de autonomia universidade e da omissão dos gestores frente ao projeto de expansão do ensino superior. Enquanto a comunidade universitária era ignorada pela administração central quando pedia amplo debate sobre o Reuni, os gestores defendiam incondicionalmente a implantação do programa.

“Por causa da expansão sem planejamento, temos cursos necessitando de mais professores/as, de laboratórios e equipamentos. São alguns dos pro blemas que comprometem o ensino de qualidade”, diz André. O diretor lembra ainda que as condições de trabalho pioraram. “O assédio moral acarreta adoecimentos, bem como o produtivismo e a competividade impostos pelas agências de fomento e pelas políticas mercantilistas do MEC”, completa.

 

Outros problemas são a mercantilização do ensino, a privatização da agenda científica, a desvalorização social das atividades de extensão, e o bloqueio das condições de produção do pensamento autônomo e crítico. De acordo com Renata e André, a gestão de uma Universidade exige compromisso com a coisa pública. “Defendemos os princípios de transparência e de autonomia universitária”. Eles acrescentam que, por isso, é preciso conhecer as propostas das chapas (leia pag. 04) e escolher a que mais se aproxima dos interesses da Universidade e da sociedade.

 

Assistência estudantil. Na avaliação da Adufes o/a novo/a reitor/a deve garantir condições de permanência para os estudantes aos quais as políticas governamentais ampliaram o acesso. Historicamente, as demandas dizem respeito a uma política efetiva de assistência estudantil, como criação de moradias, aumento do número e dos valores de bolsas, além da democratização dos espaços da universidade.

 

Leia jornal Fique por Dentro A Ufes vai às urnas

Fonte: Adufes